terça-feira, 27 de abril de 2021

Pequeno resumo sobre alguns importantes conceitos do Sociólogo Max Weber.

 Max Weber (1864-1920)1:


É um sociólogo alemão que explica o surgimento do capitalismo através das influências religiosas e comportamentais que o Protestantismo ajudou a desenvolver nos fiéis desta religião, que são predominantes nos países Europeus e do norte da América. Por consequência, são também os países mais desenvolvidos do mundo.


A ética protestante e o espírito do capitalismo: É o nome do principal livro do autor. Nesta obra, ele explica que o sistema capitalista não nasce apenas como desenvolvimento das tecnologias nos séculos XVIII e XIX, mas sim como um conjunto de atitudes das religiões que compõem o Protestantismo, que visam consagrar o trabalho humano. Para os Protestantes, os pecados não poderiam ser absolvidos pelas palavras do padre, tal como ocorre no Catolicismo, mas somente por deus. Portanto, uma das formas de deus perdoar os homens (para os protestantes), seria através do esforço pessoal e do trabalho. Por isso, os Protestantes acreditam que acumular riqueza seria uma forma de demonstrar a deus que se é uma pessoa esforçada. Ou seja, para eles, isso seria uma forma de absolver os próprios pecados perante deus. Foi esta ideia de trabalhar para enriquecer (mesmo que explorando o próximo), que ajudou a desenvolver o sistema capitalista em que vivemos hoje.


Ação social: É um conceito criado por Weber para definir a ação individual que gera impactos no restante da sociedade. É o ponto de partida deste autor para entender os problemas da sociedade e tentar resolvê-los. Enquanto Marx busca respostas no coletivo para entender a realidade humana (sindicatos, partidos, movimentos sociais e populares e outros), Weber está interessado em descobrir o que motiva a ação dos homens e assim explicar a realidade que nos cerca. Diferente também de Durkheim que foca seu entendimento nas instituições da sociedade (escolas, Estado, polícia, a moral e outras), Weber foca sua análise no entendimento das ações sociais, sua interpretação, compreensão e assim poder explicar o funcionamento do capitalismo e a orientação das pessoas nas suas ações. Para Weber, a sociedade seria como um conjunto de ações sociais.


Tipo ideal: É outro conceito criado por Max Weber para tentar delimitar quais são os objetos que podem ou não ser estudados pela Sociologia. É um conceito que assim como o “fato social” de Durkheim, tenta explicar a realidade sob o ponto de vista das Ciências Sociais. O tipo ideal pode estudar os objetos de estudo da Sociologia sem ser tão criterioso quanto o “fato social” de Durkheim. O Cientista Social tem a liberdade de interpretar o objeto de estudo da Sociologia e dar seu ponto de vista sabendo ser impossível não colocar sua própria opinião na sua análise Sociológica. Já para Durkheim, ao se usar o “fato social” para analisar a sociedade, não seria permitido a opinião, interpretação, compreensão e descrição do objeto, mas apenas analisar diretamente, friamente, de forma distante, sem se envolver com aquilo que se estuda. Ou seja, para Durkheim, o pesquisador (cientista) não deve se envolver com o objeto de estudo, tem que ser neutro. Para Weber, isso seria impossível, pois o pesquisador ou cientista sempre transmitiria sua opinião ao analisar um determinado objeto. Sempre permitiria que seus sentimentos ou opiniões interferissem em suas análises ou estudos.


Jaula de ferro da razão: Weber, por um lado, era pessimista quanto ao futuro da sociedade capitalista. Por outro lado, via um avanço nesse sistema, pois ele acreditava que o mercado evitava as guerras e os conflitos entre povos. Com o aparecimento do Estado Democrático de Direito, ou o Estado Moderno, com as proteções civis e sociais aos cidadãos, Weber acreditava que a burocracia e a lei, seriam passos importantes para se evitar a guerra de todos contra todos. A burocracia e o império da lei seriam formas de se evitar excessos por parte do Estado contra os cidadãos. Por outro lado, estas mesmas leis e burocracias do Estado, além de um excesso das técnicas da Ciência e da razão, criariam um futuro onde criatividade, sentimentos, espontaneidade e as emoções das pessoas, seriam deixadas de lado. O excesso de normas das burocracias tornariam a vida pessoal e em sociedade padronizada, sem graça, triste, fria, onde os sentimentos seriam sufocados pela razão. No fundo é uma preocupação de Weber e uma crítica ao Positivismo e suas consequências. É uma crítica também a Sociologia de Auguste Comte e Émile Durkheim e do restante dos positivistas nas Ciências Sociais.


Classes sociais: Para Marx, a classe social de um indivíduo se define pela posse ou não da propriedade que gera a riqueza (fábricas, fazendas, comércios, entre outros). Para Weber, classes não são um agrupamento de caráter econômico. Classes podem ser definidas pelo nível de estudo do indivíduo, por sua cultura e saber, pela honra ou prestígio que possui o indivíduo, pelo poder que se tem (se é político ou não, se o indivíduo é liderança da comunidade em que vive), pelo poder de consumo também. Mas não apenas pela definição econômica como pensou Marx.


Exercícios:

1-Por que Weber era pessimista em relação ao futuro do capitalismo e das sociedades modernas? O que Weber previu que poderia acontecer na Europa por causa dessa visão pessimista?

2-O que é a ética protestante e o espírito do capitalismo? O que essa história explica?

3-O que é o conceito de ação social para Weber? Dê três exemplos do que pode ser a ação social para Weber?

4-O que é o conceito de tipo ideal? Qual a diferença para o conceito de fato social de Durkheim visto na aula anterior?

5-Como Weber enxergava o sistema capitalista? Explique.

6-Qual a diferença entre o conceito de classes sociais para Karl Marx e para Max Weber?

7-Quem foi Max Weber?

8-Escreva nas suas palavras, depois de estudar um pouco sobre os três clássicos da Sociologia, o que você entendeu sobre cada um deles?

9-Qual dos três clássicos da Sociologia fez mais sentido pra você? Ou qual você concordou mais? Explique.

10-O que é a jaula de ferro da razão?

1 Texto do professor Fernando Henrique Monteiro. Bacharel em Ciências Sociais com licenciatura plena na PUC-SP, com especialização em Filosofia pela UGF-SP e mestrado em Filosofia também pela PUC-SP.

Diversos entendimentos que podemos ter sobre o conceito de cultura.

Cultura:

De acordo com a Antropologia, ciência irmã da Sociologia, cultura é "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade". A cultura também pode ser definida de muitas formas. Vamos ver algumas mais citadas.

Etnocentrismo e Relativismo Cultural:

Etno: nação, povo, pátria.

Centrismo: o que se coloca no centro, o que é mais importante.

Etnocentrismo é o ato de se colocar uma cultura como superior as demais. Por exemplo, quando acreditamos que nossa religião, nosso time de futebol, nossas roupas e formas de se vestir, nossa alimentação e outros, como mais importantes do que a cultura das outras pessoas.

O etnocentrismo pode chegar a gerar preconceitos entre as pessoas e é considerado como o início do fascismo e do nazismo. Por isso, o etnocentrismo deve sempre ser combatido. Por exemplo, quando algumas pessoas consideram que a macumba ou a umbanda ou o candomblé são inferiores as suas próprias religiões. Isso é etnocentrismo, pois se desrespeita a religião do próximo.

Relativismo Cultural:

Para os relativistas culturais não existe uma cultura única e superior. Todas as culturas de todos os povos são importantes. Nenhuma cultura é melhor do que a outra. Todas as culturas devem ser respeitadas. O relativismo permite que olhemos as culturas de acordo com a realidade das outras pessoas que as praticam e não somente de acordo com a nossa realidade. Relativismo cultural está ligado a uma noção elástica da cultura, que não aceita a cultura humana como única, que não aceita a intolerância, que permite que a cultura funcione de acordo com o que pensa os indivíduos e não toda uma sociedade.

Formal e informal:

Cultura formal está ligada a cultura das empresas, da administração, da Ciência, das elites, dos adultos e dos mais velhos.

Cultura informal está ligada a cultura popular, que vem do povo, irônica, leve, pode ser a cultura dos jovens, adolescentes e crianças. Também pode ser a cultura que está ligada as artes de um modo geral.

Clássica ou erudita, popular e de massas:

Cultura clássica ou erudita:
Cultura clássica é aquele tipo de cultura que será sempre estudado pelos seres humanos. É a cultura que funda outras formas de cultura, como as primeiras músicas, os primeiros teatros, os primeiros clássicos da literatura, os grandes e marcantes filmes do cinema.

Cultura Popular:

É a cultura que nasce com o povo e que geralmente influencia a cultura clássica ou erudita e que também é influenciada por ela. Pode ser o funk, o rap, o samba, chorinho, a capoeira, a feijoada, entre outras.

Cultura de massas:

É a cultura massificada, ou seja, é um produto, uma mercadoria feita para ser vendida como qualquer outra mercadoria, só que disfarçada de “cultura”. Podem ser músicas, livros, shows, cinema, entre outros. Não tem por objetivo fazer as pessoas pensarem, mas apenas se divertirem. A cultura de massas serve muitas vezes para espalhar o senso comum, preconceitos e até ideologia da classe dominante.

Material e Imaterial:

Cultura Material:

É a cultura palpável de um povo ou a cultura que pode se manter ou conservar durante mais tempo. Pode ser a arquitetura dos prédios de uma cidade, podem ser seus museus, podem ser as próprias cidades, entre outros. O Cristo Redentor, o Estádio do Maracanã no Rio, a Estátua da Liberdade em Nova Iorque, são exemplos de cultura material.

Cultura Imaterial:

É a cultura que não é possível ser palpável, as vezes nem é possível vê-la, mas ouvi-la, senti-la, experimentá-la. Podem ser as danças de um povo, as lendas, os mitos, as canções de ninar, as receitas de pratos típicos, entre outros. A capoeira, a feijoada, o doce de leite de Minas, o queijo mineiro, o funk, o rap, o baile funk, são exemplos de cultura imaterial.

Exercícios:

1-O que é cultura na sua opinião?
2-Quando fazemos cultura?
3-O que é o etnocentrismo? O que o etnocentrismo pode causar de mal na sociedade? Cite um exemplo de etnocentrismo.
4-Qual cultura é a mais importante: a cultura do europeu ou a do índio das Américas? Qual cultura é mais importante: a do negro ou a do branco? Explique.
5-O que é o relativismo cultural?

Primeiro contato com o feminismo...

Simples resumo das principais vertentes ou divisões do Feminismo:

Esta aula se trata apenas como introdução ao conhecimento do movimento feminista. Existem diversas tendências no movimento. Vamos entender um pouco das principais.

Feminismo Liberal: É um feminismo que esteve presente na primeira onda feminista. Era muito preocupado com os direitos civis das mulheres (direito a votar e ser votada, direito de trabalhar, direito de gerenciar sua vida financeira, etc) e as liberdades individuais em fins do século XIX e começo do século XX.

Feminismo Socialista: Está preocupado não somente com os direitos civis das mulheres, mas com o fim da exploração dos (das) trabalhadores (as) no sistema capitalista. Culpam a exploração como a raiz do machismo.

Feminismo negro: Está envolvido com a luta das mulheres negras contra o apartheid na África do Sul, contra o racismo nos EUA e em todas as nações do mundo. É um feminismo forte no Brasil, pois se preocupa com as condições de pobreza e o preconceito que sofre a mulher negra.

Feminismo Lésbico ou Lesbianismo: Elas acreditam que as mulheres podem ser felizes entre elas mesmas sem a obrigação de se relacionarem exclusivamente com homens.

Anarco-feminismo: Acreditam que as mulheres só serão livres quando o Estado, o poder, as autoridades e o sistema capitalista acabarem. Querem que o povo governe, sejam homens e mulheres e não os ricos e os políticos. Acreditam que a anarquia é o sistema ideal para acabar com o machismo e gerar uma sociedade não violenta, não sexista, anti-machista, anti-homofóbica e contrária a todos os preconceitos. Também culpam a exploração capitalista e a existência da autoridade patriarcal como responsáveis pelo machismo.

Feminismo interseccional: É uma tentativa de unir todas as lutas feministas ou de outras minorias em uma só. Porém as diferenças são grandes. São as mais receptivas ao apoio dos homens dentro do movimento. Acreditam que o preconceito pode acontecer de várias formas: a mulher pode sofrer por ser negra, pobre, mulher, favelada, entre outros...

Feminismo radical: Também conhecidas como radfem, querem o fim da sociedade patriarcal e o direito e a liberdade das mulheres viverem sem a interferência dos homens, pois acreditam que o machismo é próprio de todos os homens. Não acreditam que simplesmente mudar leis vá mudar o machismo dos homens.

Feminismo e outras minorias: as feministas também lutam lado a lado com a comunidade LGBTT, pois acreditam que estas minorias também são vítimas do machismo que atinge todas as mulheres. As feministas também se solidarizam com a luta indígena, pois as mulheres indígenas também sofrem.

Exercícios:

1-O que é o feminismo?

2-O feminismo é importante? Ou nos dias de hoje não tem mais importância? Explique.

3-O que pensam as anarco-feministas?

4-Por que existe um feminismo das mulheres negras?

5-O que tem a ver o feminismo com a comunidade GLBTT?

sexta-feira, 2 de abril de 2021

O mito da democracia racial no Brasil...

Aula: Raça, preconceito e desigualdade social.

O Mito da Democracia Racial no Brasil:

  • Gilberto Freire em sua obra “Casa Grande e Senzala”, defende a ideia de que no Brasil ocorreu a miscigenação de raças de modo tranquilo, pacífico e amigável entre negros, brancos e índios.

  • A raça da classe social dominante (branca e europeia) deveria dominar as demais raças, negra e indígena de modo a domesticá-las, educá-las e torná-las obedientes ao elemento colonizador (assim pensavam tais Antropólogos).

  • O branqueamento do Brasil tinha como função servir de exemplo cultural e estético para as elites brancas Brasileiras e para a população negra do país.

  • O Sociólogo Brasileiro Sérgio Buarque de Holanda em sua obra “Raízes do Brasil”, defendeu a ideia de que os Portugueses e os Espanhóis tinham mais tolerância a mistura de raças do que o restante dos europeus, pois seus territórios foram ocupados por Mouros e outros povos durante centenas de anos, o que fez com que ambos conseguissem aceitar melhor o convívio com negros e índios no Brasil, resultando na defesa, mesmo que indireta, da teoria da Democracia racial.

  • Para parte da Historiografia e Sociologia, Americana e Brasileira, no Brasil não ocorreu a criação de Leis de exclusão dos direitos políticos e sociais dos negros tal como aconteceu nos Estados Unidos e na África do Sul.

Outro Sociólogo, Florestan Fernandes por sua vez...

  • Fez uma crítica ao conceito da Democracia Racial argumentando que a mistura de raças não ocorreu por que Portugueses e Espanhóis já possuíam este comportamento de aceitação do elemento estrangeiro em suas terras natais, tal como defendia o Sociólogo brasileiro Sérgio Buarque de Holanda.

  • A mistura de raças no Brasil ocorreu por causa da violência do branco sobre o negro. Os senhores de escravos utilizavam as mulheres negras como objetos de seu prazer sexual. Seus filhos também eram iniciados na vida sexual através das escravas e em muitas destas vezes, tais relações nasciam do uso da força bruta e masculina (estupro) sobre as mulheres negras. Ou seja, para Florestan, o Mito da Democracia Racial não passa de um conto de fadas ou uma estória da carrocinha criada e contada pela elite brasileira para amansar ou diminuir a revolta dos negros.

  • Para Florestan, a maior prova de que existe preconceito racial no Brasil é a atual situação da população negra no país: em boa parte ganhando menos que os brancos, morando pior que os brancos, presente em atividades que demandem menos escolaridade.

  • Em sua obra, “A integração do negro na sociedade de classes”, Florestan Fernandes comprova que assim que ocorreu o fim da escravidão, os latifundiários que se aproveitavam da mão de obra escrava e negra, dispensaram todos os escravos e estes foram parar nas cidades de grande e médio porte do país. O Capital, ressentido com o fim da mão de obra escrava, descontou sua raiva não empregando negros em quaisquer tipos de atividades econômicas. Pra piorar, com a “Lei da Vadiagem”, os negros foram expulsos para os morros e para as periferias das grandes cidades, pois se ficassem no centro das mesmas, seriam presos. E assim foram criadas as primeiras favelas das grandes metrópoles brasileiras. Esta é outra das teorias que discordam do Mito da Democracia Racial.

Hoje em dia:

As discussões das cotas podem ser uma saída para atenuar a imensa disparidade entre brancos e negros no Brasil. Não podemos esquecer também, que existem muitos brancos e mestiços pobres que também poderiam ser beneficiados pelas cotas. Mas aí o caráter de reparação da escravidão estaria resolvido?

Conclusão:

Despertar a participação no debate em torno do tema para que a sociedade possa contribuir com a discussão atual sobre se as cotas são positivas ou não, se devem estar presentes apenas na Universidade ou fora dela, se devem ser raciais ou econômicas ou ambas e principalmente, se elas resolvem os problemas de séculos de escravidão e o que pode ser feito então para resolver esta triste herança.

Pequeno resumo sobre algumas escolas da Antropologia: Estruturalismo.

Sociologia - O Estruturalismo:

O estruturalismo é uma escola da Antropologia fundada por Claude Lévi-Strauss (1908-2009). Lévi-Strauss é um Antropólogo e Filósofo Belga que iniciou seus estudos em diversas etnias indígenas no Brasil, nos Estados do Mato Grosso e outros. Ele viveu entre os índios brasileiros por muitos anos. O estruturalismo se caracteriza por:

Ter uma preocupação com a subjetividade dos indivíduos para entender a cultura a ser estudada. Strauss tinha noção de que sua antropologia não podia se tornar Psicologia.

Existe um diálogo com Max Weber ao entender na figura do indivíduo e suas dinâmicas (“ação social”) um fator importante para se interpretar uma cultura e uma realidade de uma etnia e povo.

Visão por inteiro da cultura. Recebe influências da Psicologia ao interpretar o inconsciente para entender a cultura.

Divide as culturas em:

Simples ou frias: São base de sociedades mais básicas e simples.

Complexas ou quentes: São parte de sociedades avançadas, industrializadas ou modificadas pelo progresso do capitalismo.

O estruturalismo não julga a cultura alheia como faziam os antropólogos da escola evolucionista: subalterna, inferior, atrasada, velha, versus a cultura europeia como superior, avançada, moderna, nova, versus os outros povos. O “europeísmo”,” eurocentrismo” e “etnocentrismo” são fortemente criticados no estruturalismo. Lévi-Strauss entendia que todas as culturas humanas eram importantes, se complementavam e que deveriam sempre serem respeitadas.

O Estruturalismo estabelece ligações ou conexões entre elementos diversos, como as instituições e a cultura e os próprios indivíduos e a cultura. O Estruturalismo nasce da conclusão entre estes dois itens: o indivíduo e sua subjetividade e as culturas presentes nas instituições de diversas sociedades.

O estruturalismo não vê como uniforme o avanço da cultura e da tecnologia humana. Os avanços não ocorreram sempre. Também houveram retrocessos na história humana. Essa concepção de história contraria os “evolucionistas”, “positivistas” e a crença no “determinismo da história” presente na antropologia e sociologia Marxista.

Os avanços e descobertas não foram realizados apenas pelos povos brancos e europeus como sugere a escola evolucionista dentro da antropologia. Outros povos também contribuíram com os avanços científicos, culturais e tecnológicos da humanidade.

Lévi Strauss também fala da importância da “exogamia”, se contrapondo a “endogamia”. A exogamia foi a responsável pela atitude das primeiras comunidades humanas em buscar parceiros (as) fora de suas relações sanguíneas. O que acabou fortalecendo geneticamente a raça humana.

O Estruturalismo nos ensina que não podemos julgar outra cultura pelo nosso olhar, pois sempre imaginaremos que nosso modo de vida ou nosso jeito de ser e estar é melhor, mais avançado, mais justo do que o do outro povo ou cultura que comparamos. Comparações entre culturas seria algo injusto para Lévi-Strauss. Típico comportamento dos antigos antropólogos evolucionistas.

Ou seja, em outras palavras, ao julgarmos o colega de sala pelo seu time de futebol (diferente do meu), ao julgarmos o vizinho pela sua escolha sexual (diferente da minha), ao julgarmos a religião do próximo como inferior, enfim, ao realizarmos julgamentos sobre a cultura e o modo de ser e existir do próximo, estamos caindo em etnocentrismo que é no fundo, o primeiro passo para a barbárie nazista. Portanto, não julgue, não compare, não desrespeite a cultura do teu próximo. Estas são algumas lições do Estruturalismo e de Lévi-Strauss para o mundo.

Exercícios:

1-O Estruturalismo classifica as sociedades e culturas do mesmo modo que o Evolucionismo? Explique.
2-Qual a concepção de história da humanidade que tem os Estruturalistas?
3-Existe conflito entre as escolas Evolucionista e Estruturalista dentro da Antropologia? Explique.
4-Quais os riscos de se estudar uma Antropologia que fala sobre a subjetividade de indivíduos de outros povos?
5-O que é o estruturalismo?
6-Como nasce o estruturalismo?
7-Na sua opinião, é justo compararmos a cultura do próximo com a nossa cultura? Explique.
8-Quais os riscos de se comparar a cultura alheia com a sua própria?
9-Qual a importância da exogamia para o estruturalismo?
10-A História humana foi sempre marcada por avanços? Ou em algumas ocasiões ocorreram retornos, retrocessos? Explique.

Pequeno resumo sobre algumas escolas da Antropologia: Funcionalismo.

Funcionalismo:

Escola da antropologia fundada pelo Antropólogo Bronisław Kasper Malinowski, nascido na Polônia em 1884 e falecido nos EUA em 1942.

Teve grande influência do Sociólogo Émile Durkheim em toda sua obra.

Os Funcionalistas utilizam o método indutivo, ou seja, experimental, que vai às particularidades das culturas para tirar conclusões gerais. O nome dado por ele a este método era a “Observação participante”.

Acreditavam no “Organicismo” que Durkheim defendia: todas as Instituições de uma sociedade são equiparadas aos orgãos do corpo humano e tem funções específicas para que o todo (organismo ou a sociedade) funcionem normalmente.

Cada orgão tinha uma função que é representada na Cultura de um povo. Por isso os Funcionalistas buscam a função de uma Cultura que é o seu fim ou finalidade ou objetivo. Por exemplo: os braços são a polícia. As pernas são as forças armadas. O cérebro são as universidades, a Ciência e as escolas, entre outros...

A Cultura de um povo é um meio para se chegar a um fim: que é o entendimento das funções das Instituições daquela sociedade para daí se fazer uma leitura que se possa concluir leis gerais de uma determinada sociedade. Para os Funcionalistas, tudo tem uma função, eles são adeptos do teleologismo, ou seja, tudo no universo, entre os homens e na cultura humana tem uma função, um objetivo.

“Ao mesmo tempo, também indicamos que a cultura, como o trabalho manual do homem e como meio pelo qual ele atinge seus fins – um meio que lhe permite viver, estabelecer um padrão de segurança, conforto e prosperidade; um meio que lhe dá poder e lhe permite criar bens e valores além dos seus dotes animais e orgânicos – essa cultura, em tudo isto e por meio de tudo isto, deve ser compreendida como um meio para um fim, isto é, instrumentalmente ou funcionalmente.” Malinowski, Uma teoria científica da cultura. Editora Jorge Zahar, Rio de Janeiro, Segunda edição.

Malinowski acreditava em um tipo de determinismo cultural que moldava os povos estudados: É a cultura que controla os impulsos animais dos homens e cria a possibilidade de que eles possam desenvolver uma sociedade e uma civilização. Esta é uma das grandes funções da Cultura para que os homens possam viver em sociedade. Este é um olhar moralista e conservador da função da Cultura.

Uma das críticas que os Antropólogos Funcionalistas fizeram aos Antropólogos Evolucionistas é a de que uma Antropologia que se preze, tenta entender todo o universo cultural de um povo e não apenas seus mitos, rituais e magias, para tirar conclusões apressadas ou superficiais de uma etnia ou determinada sociedade, tal como fizeram os Evolucionistas.

Na Nova Guiné, Malinoswki irá estudar o “kula”. Trata-se de uma manifestação cultural de Comunidades Massim e de outras etnias de ilhas da região. O “Kula” é uma troca de colar e pulseira entre os nativos da região com o objetivo de fazer alianças, demonstrar solidariedade, apoio em situações difíceis, troca de experiências e outros. Os Massim viajavam de canoas por milhares de quilômetros oceano afora para realizarem tais tradições.

Os Antropólogos Evolucionistas desprezavam tais atividades por considerarem-na sem sentido, irracionais e primitivas. Foi necessário que Malinoswki e Franz Boas fizessem a pesquisa sobre tais comunidades tribais para entendê-las.

Tal tradição nos lembra as realizadas pelos reis na Europa da Idade Média, fazendo os Evolucionistas caírem em contradição: Se até os líderes Europeus trocavam presentes (como forma de fazer alianças), por que os índios, tribos, comunidades e outras etnias são inferiores por fazê-los?

Exercícios:

1-O que é o Kula?
2-O que é o Funcionalismo?
3-Como diferenciar o Funcionalismo do Evolucionismo?
4-O que é a “observação participante”?
5-Qual a crítica que o Funcionalismo faz ao Evolucionismo?
6-O que é o “organicismo”?
7-Qual a influência de Durkheim sobre Malinowski?
8-Qual a relação entre funcionalismo e organicismo?
9-O evolucionismo fazia uma antropologia preconceituosa? Explique.
10-O que é o teleologismo? Qual a relação com o Funcionalismo?

Pequeno resumo sobre algumas escolas da Antropologia: Culturalismo.

Antropologia Cultural ou Culturalismo:

Franz Boas (1858-1942) foi o principal Antropólogo desta escola da Antropologia.

O Culturalismo aprende a respeitar as culturas alheias.

Ajuda a construir o conceito de Sincretismo na Antropologia:

Conceito que define um diálogo maior entre as diversas expressões culturais, entre elas a religiosa. O Sincretismo aceita a mistura entre as Culturas.

No Brasil, o grande representante desta escola foi Gilberto Freire.

Estes antropólogos já são adeptos do trabalho de campo, enquanto os antropólogos evolucionistas eram chamados de “antropólogos de gabinete”, ou seja, jamais visitaram uma tribo indígena em alguma floresta, algum outro povo em qualquer parte do mundo. Escreviam sobre a cultura de outros povos apenas embasado na leitura de outros pesquisadores.

Eles quebram o discurso do Evolucionismo na Antropologia defendendo a cultura como fator de explicação da evolução dos homens e não somente da Biologia como defendiam os Antropólogos Evolucionistas. Ou seja, o que explica a evolução do homem desde a Pré-História até nossos dias é a cultura e não somente a questão Biológica.

Por exemplo, o ato de viver em sociedade, de se reunir inicialmente em pequenos grupos que fundariam as futuras cidades, fez com que o homem se humanizasse para viver em sociedade.

Franz Boas contrariou o evolucionismo na antropologia mostrando que os problemas da sociedade não se davam por causa das “raças” dos povos ou por problemas e influencias ambientais, mas sim por questões culturais na história humana. Nesse ponto, Franz Boas apoiou profundamente a luta anti-racista nos EUA e em todo o mundo.

Resumindo: o Culturalismo aceita a diversidade entre as culturas ou o diálogo entre elas. Os antropólogos culturalistas praticam o trabalho de campo e explicam a evolução do ponto de vista cultural e não somente biológico. Eles também analisam as particularidades das culturas, ao contrário dos evolucionalistas que eram generalistas e lineares em suas análises, desprezando as especificidades da cultura de cada povo.

Enquanto isso, o antropólogo da escola Evolucionista não aceita a diversidade ou o diálogo entre as culturas. Para o antropólogo da escola Evolucionista, a cultura europeia é o modelo a ser seguido. Eles não praticaram o trabalho de campo e enxergavam a linearidade da evolução como única e geral, sem sobressaltos e retrocessos na história humana.

Exercícios:

1-Você pode dar um exemplo de Sincretismo na Cultura? Na religião? No esporte?
2-Diferencie a Antropologia Culturalista e a Evolucionista.
3-Diferencie a atitude do antropólogo Culturalista do Evolucionista.
4-O que pensa o antropólogo culturalista sobre a história humana.
5-Por que Franz Boas apoiou a luta anti-racista?

Um pequeno resumo sobre algumas escolas da Antropologia: O Evolucionismo.

A Antropologia Evolucionista:

  • Na Biologia, a teoria Evolucionista criada por Charles Darwin (1809-1882) em sua principal obra “A origem das espécies”, entende que somente aqueles animais mais bem preparados para as mudanças do meio, conseguiriam sobreviver ou se adaptar as alterações desenvolvidas pela natureza no decorrer do tempo e da história do planeta.

  • Dentro da Antropologia, um grupo de cientistas analisam o Evolucionismo de Darwin e tentam adaptá-lo a realidade humana.

  • A Antropologia Evolucionista iniciou-se com Herbert Spencer (1820-1903), James George Frazer (1854-1951) e outros antropólogos que fazem uma leitura semelhante, porém adaptada para a realidade da cultura dos povos.

  • Todos estes antropólogos evolucionistas foram profundamente influenciados pelo Positivismo de Auguste Comte (1798-1857), considerado o pai da Sociologia.

  • Na leitura destes Cientistas Sociais, somente os países fortes sobreviveriam ao avanço do capitalismo e, para que as demais tribos, etnias e nações continuassem a existir, deveriam abolir suas culturas locais, atrasadas, arcaicas, rudimentares e modelar suas sociedades como economias de mercado, adeptas de um regime proto-capitalista.

  • Em outras palavras, para os antropólogos Evolucionistas, o capitalismo era a modernidade para os povos considerados “atrasados” por eles.

  • Do dia para a noite, concepções como atrasado versus evoluído, primitivo versus moderno, arcaico versus novo, entraram no linguajar dos Cientistas Sociais e começaram a fazer parte de suas realidades.

  • Dessa necessidade de se entender as outras culturas para dominá-las, domesticá-las, oprimi-las, com o intuito de se roubar, explorar ou tomar suas riquezas naturais e matérias primas importantes para o desenvolvimento da indústria, nasce a Antropologia como filha do colonialismo e do imperialismo europeu sobre o mundo.

  • A função inicial destes Cientistas Sociais era a de nutrir seus governos de informações e justificar a presença de suas nações europeias e ricas na ocupação, compra, exploração e roubo de territórios na África, América Latina e nos outros continentes.

  • Posteriormente, os Evolucionistas foram muito criticados pois, em momento algum em seus estudos ou abordagens teóricas, tocaram nas questões das dominações de seus respectivos países nas suas políticas neo-colonialistas.

  • É importante ressaltar que boa parte dos estudos publicados pelos Antropólogos Evolucionistas jamais se utilizou do método indutivo, ou seja, da experiência ou do trabalho de campo. Eles eram apelidados de “Antropólogos de gabinete” pois, suas pesquisas eram todas dedutivas e bibliográficas. Ou seja, muitos deles diziam que os outros povos do mundo eram atrasados e primitivos sem nunca ter visitado nenhum deles.

  • Nesse sentido, essa escola da Antropologia acabou sustentando teses e teorias preconceituosas e racistas, como por exemplo tentar justificar que o “atraso” das nações Africanas em relação às Europeias se dava pelo problema do clima quente, que tornava as pessoas mais violentas ou menos dispostas ao esforço do trabalho e do estudo… todas essas e muitas outras teorias racistas e preconceituosas tiveram direta ou indiretamente o apoio da Antropologia Evolucionista, como forma de sustentar a exploração das nações pobres do mundo pelas nações ricas.

  • Essas concepções só foram desmontadas quando surgiram as outras escolas futuras da Antropologia como o Culturalismo de Franz Boas (1858-1942), o Funcionalismo de Malinowski (1884-1942), o Estruturalismo de Lévi-Strauss (1908-2009) e a Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa de Clifford Geertz (1926-2006).

Exercícios:

1-O que é a Antropologia?
2-Qual é a relação entre o Evolucionismo de Darwin e de Herbert Spencer?
3-Por que a antropologia evolucionista foi acusada de racista e de apoiar preconceitos?
4-Na sua opinião, uma Ciência deveria ter esse papel de apoiar preconceitos e o racismo? Explique.
5-É justo realizar uma antropologia sem visitar os povos que se estuda e dizer absurdos a respeito deles? Explique.
6-Qual foi a função da antropologia evolucionista?
7-Qual a relação do capitalismo com a antropologia evolucionista?
8-A antropologia se manteve apoiando ideias preconceituosas ou mudou? Explique.
9-Por que a antropologia evolucionista foi tão criticada?
10-O que é a antropologia evolucionista?

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Dicas para conseguir trabalho, estudar, fazer cursos, etc...

Dicas de trabalho e estudo para ENEM, vestibulares e concursos1:

Sites gratuitos para conseguir trabalho (em todo o Brasil – é necessário realizar cadastro):


Sites que ajudam a montar seu primeiro currículo:


Sites e Apps para estudo (podem ajudar em concursos, ENEM e vestibulares):

  • Duolingo. App gratuito para aprender idiomas: Inglês, Espanhol, Francês e outros. Nível básico.

  • Edusynch. App gratuito para aprender idiomas: Inglês, Espanhol, Francês e outros. Nível intermediário e avançado.

  • Stoodi: app e site gratuito preparatório para ENEM, vestibulares e concursos.

  • HR: Hora da redação. App gratuito preparatório para ENEM, vestibulares e concursos.

  • Enemgame: App gratuito preparatório para ENEM, vestibulares e concursos.

  • GoConqr: App gratuito preparatório para ENEM, vestibulares e concursos (site é legal).

  • Site com dicas para estudar no exterior: http://www.universia.com.br


Sites para Concursos públicos (em todo o Brasil):


Programas de TV e rádios (com programas que ajudam com conteúdos para vestibulares, ENEM, concursos e outros):


Cursos superiores gratuitos e cursos livres (pela internet - EAD) sem necessidade de vestibular:


Cursos livres e superior em Inglês, de Universidades dos EUA e de outros países:


Canais no Youtube que podem ajudar com estudos:

  • EngVid. Ensino de inglês e dicas de trabalho e estudo no exterior.

1 Dicas produzidas e pesquisadas pelo professor Fernando Henrique Monteiro. Professor de Sociologia na rede estadual de ensino básico do Estado de MG. Formado bacharel com licenciatura plena em Ciências Sociais pela PUC-SP, com especialização pela UGF-SP e mestrado em Filosofia também pela PUC-SP.

2 Última atualização destas dicas foram em dezembro de 2019. Boa sorte!

A ditadura militar (1964-1985) no Brasil em números:

A ditadura militar (1964-1985) no Brasil em números:

Hoje é um dia de luto e luta na História do país. No dia 1º de abril de 1964, os militares, com ajuda de civis, deram um golpe de Estado no país. Hoje fazem 57 anos deste golpe pavoroso que trouxe muitas injustiças ao nosso povo.
  • 20 mil torturados.
  • 10 mil índios mortos.
  • 25 mil presos políticos (ao término da ditadura).
  • 50 mil presos políticos durante todo o regime.
  • 10 mil exilados.
  • 1.500 camponeses mortos ou desaparecidos.
  • 500 mortos (aproximadamente - civis) fora os mortos extra oficiais (não identificados).
  • 1.000 mortos aguardam serem identificados pois foram jogados em valas comuns no cemitério de Perus em São Paulo, durante a ditadura.
  • 7.000 (aproximadamente) militares mortos, torturados, expulsos das Forças Armadas por lutarem contra a ditadura militar.
  • 5.000 pessoas tiveram seus direitos cassados, foram expulsas, demitidas e perseguidas.
  • 7.400 pessoas foram sofreram processos políticos na ditadura militar.
  • 166 deputados de oposição a ditadura foram cassados.
  • 225% de inflação ao ano ao término da ditadura.
  • 50% da população abaixo da linha da pobreza (com a presidente Dilma era menos de 5% da população abaixo da linha da pobreza).
  • Em 1985 (fim da ditadura) a dívida externa era 30 vezes maior do que em 1964.
  • O salário caiu 50% de seu valor real entre 1960 e 1970 e depois manteve o valor pela metade.
  • Em 1962, primeiro ano de governo do Presidente Jango, o salário mínimo era de R$1.147,48 (reajustado para valores de 2011). Em 1984, penúltimo ano da ditadura, o salário mínimo tinha caído pela metade: R$ 603,04.
  • Entre 1964 e 1969 foram promulgados 17 atos institucionais que estavam acima da Constituição. Alguns promoveram a cassação de adversários (AI-1) e a extinção dos partidos políticos existentes (AI-2). O mais duro deles, o AI-5, instituiu em 1968 a censura prévia na imprensa e a suspensão do "habeas corpus".
  • Boa parte da imprensa apoiou o golpe, mas vários jornais passaram a criticar o regime, alguns mais cedo, outros mais tarde. Com o AI-5, passou a vigorar uma censura prévia em vários meios de comunicação. O regime censurava até más notícias, promovendo uma imagem fictícia da realidade do país. Epidemias, desastres e atentados eram temas vetados. Músicas, filmes e novelas também foram censurados.
  • A censura, a repressão, o assassinato de jornalistas e a falta de transparência, favoreceram a corrupção. O período foi marcado por vários casos, como o Coroa-Brastel, Delfin, Lutfalla e a explosão de gastos em obras. O regime promoveu e protegeu figuras como Paulo Maluf e Antônio Carlos Magalhães, que já nos anos 70 eram suspeitos em casos de corrupção. Também abafou casos, como a compra superfaturada de fragatas do Reno Unido nos anos 70.
Fontes:

Relatório da Comissão Nacional da Verdade.

https://www.dw.com/pt-br/mais-de-mil-ossadas-de-vala-aberta-na-ditadura-ainda-aguardam-identifica%C3%A7%C3%A3o/a-54812193

https://memoria.ebc.com.br/2012/09/sdh-identifica-cerca-de-12-mil-camponeses-mortos-e-desaparecidos-entre-1961-e-1988

https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/presos-politicos-golpe-e-repressao-no-brasil-na-argentina-e-no-chile.htm

https://educacao.uol.com.br/album/2014/03/11/mortos-e-desaparecidos-politicos-durante-a-ditadura-militar-no-brasil.htm?foto=1

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/quantas-pessoas-foram-mortas-e-desapareceram-durante-ditadura-militar-brasileira.phtml

https://www.adua.org.br/frame2.php?pagina=artigo.php&ID_ARTIGO=274

http://www.usp.br/memoriaeresistencia/?page_id=285

http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/02/veja-evolucao-do-salario-minimo-desde-sua-criacao-ha-70-anos.html


Exercícios:

1-Por que a ditadura militar diminuiu o salário mínimo (dos trabalhadores) pela metade? Neste sentido, ela governou para o povo ou para a burguesia? Explique.

2-De acordo com o texto, existia corrupção na ditadura? Explique.

3-Por que a ditadura militar matou, torturou, exilou e perseguiu tanta gente?

4-Por que havia censura na ditadura?

5-Por que tantos deputados foram cassados na ditadura?

6-Por que tantos jornalistas foram mortos na ditadura?

7-O que era o AI-5 que o Ministro Paulo Guedes, o presidente Bolsonaro e seus filhos gostam tanto de lembrar e apoiar?

8-Por que o presidente Bolsonaro vive elogiando e apoiando a Ditadura?

9-O que foi a ditadura militar?

10-Na sua opinião, o que é melhor, uma ditadura ou a democracia? Explique.