domingo, 5 de junho de 2022

Prefácio da 1ª Edição e Posfácio da 2ª Edição. O Capital, Karl Marx.

Prefácio da 1ª Edição e Posfácio da 2ª Edição.

O Capital, Karl Marx.

 

Desde a publicação da primeira edição do Livro I de “O Capital” em 25 de julho de 1867 à 24 de janeiro de 1873, publicação do Posfácio da segunda Edição, passaram-se exatamente 5 anos e 5 meses e 29 dias. Dez anos após a publicação do Posfácio da Segunda Edição, Marx morre em 14 de março de 1873, sem conseguir preparar a publicação da Terceira Edição Alemã e deixando para Engels a organização do segundo e do terceiro Volume de “O Capital”.


Engels mantêm por respeito a Marx, por respeito as normas técnicas padronizadas e usuais em todo o mundo da época, as medidas padrões da época (britânica) em todas as traduções seja para qualquer idioma que fosse traduzido. O próprio Engels explica que somente “havia na Alemanha tantos tipos de peso e medida quantos dias do ano; além disso, havia duas espécies de marco(...)duas espécies de florim e ao menos 3 de táler, das quais uma cuja unidade era o ‘novo dois terços’.”


Prefácio da 1ª Edição


Marx neste documento deixa claro que o Volume I da obra em questão é uma continuação de “Contribuição à Crítica da Economia Política”. Ele faz um estudo da natureza da mercadoria, do valor, do trabalho, da especulação capitalista, da mais-valia, e principalmente do “modo de produção capitalista e as suas relações correspondentes de produção e de circulação”.


Marx cita nesta obra a criação e desenvolvimento das categorias de análise:


Além disso, na análise das formas econômicas não podem servir nem no microscópio nem reagentes químicos. A faculdade de abstrair deve substituir ambos.”


A presença do pensamento evolucionista é forte, Marx acredita que a classe operária britânica era o exemplo, a vanguarda das classes operárias mundiais:


O país industrialmente desenvolvido mostra ao menos desenvolvido tão somente a imagem do próprio futuro”


Uma nação deve e pode aprender das outras. Mesmo quando uma sociedade descobriu a pista da lei natural do seu desenvolvimento (...) ela não pode saltar nem suprimir por decreto as suas fases naturais de desenvolvimento.”


Posfácio da 2ª Edição


Para Marx o capitalismo era um estágio historicamente transitório da evolução:


À medida que é burguesa, ou seja, ao invés de compreender a ordem capitalista como um estágio historicamente transitório de evolução, a encara como a configuração última e absoluta da produção social, a Economia Política só pode permanecer como ciência enquanto a luta de classes permanecer latente ou só se manifestar em episódios isolados.”


Marx explica em sua fundamentação:


Meu método dialético não só difere do hegeliano, mas é também a sua antítese direta. Para mim, (...) o ideal não é nada mais que o material, transposto e traduzido na cabeça do homem.”


Sobre a dialética hegeliana, finaliza:


É necessário invertê-la, para descobrir o cerne racional dentro do invólucro místico.”