Prefácio da 1ª Edição e Posfácio da 2ª Edição.
O Capital, Karl Marx.
Desde a publicação da primeira edição do Livro I de “O Capital” em 25 de julho de 1867 à 24 de janeiro de 1873, publicação do Posfácio da segunda Edição, passaram-se exatamente 5 anos e 5 meses e 29 dias. Dez anos após a publicação do Posfácio da Segunda Edição, Marx morre em 14 de março de 1873, sem conseguir preparar a publicação da Terceira Edição Alemã e deixando para Engels a organização do segundo e do terceiro Volume de “O Capital”.
Engels mantêm por respeito a Marx, por respeito as normas técnicas padronizadas e usuais em todo o mundo da época, as medidas padrões da época (britânica) em todas as traduções seja para qualquer idioma que fosse traduzido. O próprio Engels explica que somente “havia na Alemanha tantos tipos de peso e medida quantos dias do ano; além disso, havia duas espécies de marco(...)duas espécies de florim e ao menos 3 de táler, das quais uma cuja unidade era o ‘novo dois terços’.”
Prefácio da 1ª Edição
Marx neste documento deixa claro que o Volume I da obra em questão é uma continuação de “Contribuição à Crítica da Economia Política”. Ele faz um estudo da natureza da mercadoria, do valor, do trabalho, da especulação capitalista, da mais-valia, e principalmente do “modo de produção capitalista e as suas relações correspondentes de produção e de circulação”.
Marx cita nesta obra a criação e desenvolvimento das categorias de análise:
“Além disso, na análise das formas econômicas não podem servir nem no microscópio nem reagentes químicos. A faculdade de abstrair deve substituir ambos.”
A presença do pensamento evolucionista é forte, Marx acredita que a classe operária britânica era o exemplo, a vanguarda das classes operárias mundiais:
“O país industrialmente desenvolvido mostra ao menos desenvolvido tão somente a imagem do próprio futuro”
“Uma nação deve e pode aprender das outras. Mesmo quando uma sociedade descobriu a pista da lei natural do seu desenvolvimento (...) ela não pode saltar nem suprimir por decreto as suas fases naturais de desenvolvimento.”
Posfácio da 2ª Edição
Para Marx o capitalismo era um estágio historicamente transitório da evolução:
“À medida que é burguesa, ou seja, ao invés de compreender a ordem capitalista como um estágio historicamente transitório de evolução, a encara como a configuração última e absoluta da produção social, a Economia Política só pode permanecer como ciência enquanto a luta de classes permanecer latente ou só se manifestar em episódios isolados.”
Marx explica em sua fundamentação:
“Meu método dialético não só difere do hegeliano, mas é também a sua antítese direta. Para mim, (...) o ideal não é nada mais que o material, transposto e traduzido na cabeça do homem.”
Sobre a dialética hegeliana, finaliza:
“É necessário invertê-la, para descobrir o cerne racional dentro do invólucro místico.”