Pequeno fichamento com comentários sobre o capítulo IV de O Capital de Marx. Novamente, não se deseja aqui quebrar os direitos de propriedade da editora. Essas citações são um incentivo para compra, leitura e estudo da obra do autor.
Capítulo IV - Capital. Karl Marx.
O Capítulo IV chamado “Transformação do Dinheiro em Capital” inicia a Seção II sob o título de “A Transformação do Dinheiro em Capital”. Este capítulo é divido em três partes desenvolvendo inicialmente a fórmula geral do capital, contradições da fórmula geral e compra e venda da força de trabalho.
Primeira Parte
A Fórmula Geral do Capital
Esta parte tenta designar as duas fórmulas básicas de circulação de mercadorias. São elas:
M-D-M
Vender para comprar.
D-M-D
Comprar para vender.
“Cada um dos dois ciclos é a unidade das mesmas fases contrapostas e, em ambos os casos, essa unidade é medida pelo surgimento de três contraentes, dos quais um apenas vende, outro apenas compra, mas o terceiro alternadamente, compra e vende.”
Ou seja:
D-M-D-M-D-M-D-M...
Para Marx o dinheiro possui duas formas, mercadoria e capital.
“A circulação do dinheiro como capital é, pelo contrário, uma finalidade em si mesma, pois a valorização do valor só existe dentro deste movimento sempre renovado. Por isso o movimento do capital é insaciável.”
“Comprar para vender, ou melhor, comprar para vender mais caro, D – M – D, parece ser decerto apenas uma espécie do capital, a forma peculiar do capital comercial.”
Segunda Parte
Contradições da Fórmula Geral
O capital pode ser gerado através da equação:
D – M – D
Onde, no momento da venda da mercadoria comprada, adiciono um valor “x” à M e revendo M acrescentado de “x”. Exemplo:
D – M (+ x) = Capital
“A mais-valia não pode se originar da circulação, que, portanto, em sua formação deve ocorrer algo por trás de suas costas e que nela mesma é invisível.”
“Capital não pode, portanto, originar-se da circulação e, tampouco, pode não originar-se da circulação. Deve, ao mesmo tempo, originar-se e não se originar dela.”
“Nosso possuidor de dinheiro, por enquanto ainda presente apenas como capitalista larvar, tem de comprar as mercadorias por seu valor, vendê-las por seu valor e, mesmo assim, extrair no final do processo mais valor do que lançou nele. Sua metamorfose em borboleta tem de ocorrer na esfera da circulação e não tem de ocorrer na esfera da circulação.”
Terceira Parte
Compra e Venda da Força de Trabalho
Para Marx existe diferença entre mercadoria e produto. A mercadoria tem a função de promover o capital e o produto tem apenas a função de ser necessário à subsistência.
“Para se tornar mercadoria o produto não pode ser produzido como meio de subsistência imediato para o próprio produtor. Se tivéssemos pesquisado mais: sob que circunstâncias todos os produtos tomam ou também apenas a maioria deles toma a forma de mercadoria, então se teria descoberto que isso só ocorre com base em um modo de produção bem específico, o capitalismo.”
“... o trabalhador adianta ao capitalista o valor de uso da força de trabalho; ele deixa consumi-la pelo comprador, antes de receber o pagamento de seu preço; por toda a parte, portanto, o trabalhador fornece crédito ao capitalista.”
A força de trabalho é utilizada, descartada e revezada no intuito de se manter a força de produção:
“As forças de trabalho subtraídas do mercado pelo desgaste e morte precisam ser continuamente substituídas ao menos por um número igual de novas forças de trabalho.”