Filósofos
Pré-Socráticos:
São
Filósofos que são considerados anteriores, cronologicamente falando
a Sócrates, porém, tal afirmação não faz muito sentido pois
muitos Filósofos considerados deste período são contemporâneos a
Sócrates ou até posteriores a ele.
Tal
divisão realmente se dá pelo fato da alteração do foco de estudo
da Filosofia, que antes (com os Pré-Socráticos) se debruçava sobre
a natureza e após, direcionou seus estudos para o homem e suas
idéias. Os Filósofos Pré-Socráticos ou Naturalistas ou da Physis
(natureza das coisas) buscavam então o princípio fundamental do
Cosmo ou do Universo. Vamos a alguns dos Pré-Socráticos:
Anaximandro
de Mileto:
Arché:
Apeíron ou o Infinito ou o indeterminado.
Cada
um destes Filósofos acreditava que existia algum composto físico ou
não que seria o princípio de toda a matéria ou da existência da
vida. Anaximandro acreditava num quarto elemento da natureza que
seria neutro e daria forma a tudo o que existe no Universo: era o
Apeíron (indeterminado ou infinito). Ele é considerado o Filósofo
fundador da Astronomia Grega.
Tales
de Mileto:
Arché:
Água.
Tales
acreditava que a água era o princípio que estava por detrás de
todas as coisas. Ele se baseava em diversas análises como um cadáver
que seca e fica sem água alguma em seu conteúdo, nos fungos que
possuem umidade, nas plantas ao se ressecarem e perderem água, entre
outras experiências. Para Tales, "todas as coisas estão cheias
de deuses" e "a água era o princípio de todas as coisas".
Anaxímenes
de Mileto:
Arché:
O ar e o vapor.
Pensava
que a origem das coisas era o ar e o vapor. Possuía influências de
Tales, porém discordava do mesmo ao achar que não somente a água
poderia ser o único objeto. Entendia ele que a água era o ar
condensado. Também acreditava que o fogo era ar rarefeito.
Parmênides
de Eléia:
Arché:
O fogo e a terra. O primeiro criador e o segundo matéria.
Eléia
era uma cidade ao sul do que hoje é o território da Itália,
povoado por muitos gregos naquela época. Ele dizia que na natureza,
nada muda. Ou seja, nenhum objeto pode se transformar em outro.
Parmênides
também defendia a idéia de que não deveríamos confiar em nossos
sentidos ou percepções sensoriais. Este é um dos primeiros
Filósofos a desconfiar dos sentidos e dar preferência para a razão.
É o início do Racionalismo na Filosofia. Ele também inicia as
discussões acerca da esfericidade da Terra.
Heráclito:
Arché:
Fogo.
A
matéria inicial do Universo era o fogo. Este discordava de
Parmênides no que toca a imutabilidade da natureza. Dizia Heráclito
que quando entra no rio para se banhar pela segunda vez, nunca mais,
ele e o rio seriam o mesmo. Também ao contrário de Parmênides,
Heráclito confiava nas sensações.
Heráclito
é considerado o pai da dialética. Dizem os estudiosos da obra de
Platão, que, sua filosofia seria uma grande influência de
Parmênides e Heráclito.
Empédocles:
Arché:
Não há substância única.
Acreditava
na existência de 4 elementos da natureza: o fogo, a terra, a água e
o ar.
Empédocles
tratou de desatar o nó entre os dois Filósofos Pré-Socráticos.
Afirmou que a natureza não poderia transformar objetos tão
distantes em algo único. Portanto, acreditava em Parmênides ao
dizer que nada muda na natureza. Por outro lado, dando outro exemplo,
Empédocles afirmava que a natureza poderia sim mudar, bastava a
observação da mesma e que portanto, poderíamos confiar em nossos
sentidos para tais análises.
Demócrito:
Arché:
Átomo.
Acreditava
que todas as coisas do Universo eram criadas por "pedrinhas
minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna, imutável e
indivisível". A expressão átomo vem do grego e significa: a =
não e tomo = divisível. Ou seja, átomo quer dizer não divisível.
Demócrito
também foi um dos responsáveis pela elaboração das idéias de que
o Universo era infinito e que existem muitos mundos iguais aos
nossos.
Demócrito
imaginava que "se os átomos também fossem passíveis de
desintegração e pudessem ser divididos em unidades ainda menores, a
natureza acabaria por diluir-se totalmente".
Pitágoras
de Samos:
Arché:
Os números.
Estava
mais próximo da Teologia do que propriamente da Filosofia.
Acreditava na crença da transmigração das almas. Foi autor que se
destacou em novas propostas éticas para a política e para o ensino.
Também
foi grande matemático e influenciou a Física e a própria
Matemática posteriormente. Seus ensinamentos ainda são estudados na
Universidade e nas Escolas de todo o mundo.
Xenófanes
de Colofon:
Arché:
Um deus não humano. Sem a forma do homem. Presente em todas as
coisas.
Seria
o início do pensamento Panteísta? Para Xenófanes, "deus está
implantado em todas as coisas, o todo é um, e é supra-sensível,
imutável, sem começo, meio ou fim".
Ele
não acreditava que deus tivesse a forma humana (como pensa o
Cristianismo - "deus é a imagem e semelhança do homem")
pois entendia que se os animais tivessem a capacidade de desenhar e
pensar, fariam deuses a sua semelhança. Esta é uma crítica a
antropomorfização dos deuses humanos.
Anaxágoras
de Clazômenas:
Arché:
Nous, do grego, espírito ou mente ou inteligência.
Dizia
que o Universo era formado pela ação do Nous. Este elemento atuaria
sobre uma porção de sementes que possuem um pouco de cada matéria.
Desta forma, Nous agiria sobre estas sementes e não se misturando a
nenhuma outra matéria constituiria o que conhecemos como Mundo
Sensível ou Mundo das Sombras ou dos Sentidos, como diria Platão.
Esta
visão objetiva dos elementos formadores da matéria, ou visão
finalista, influenciaria Platão e Aristóteles, principalmente
quanto ao último ao designar as funções de cada animal ou de suas
particularidades na natureza ajudando-o a criar as principais regras
das Ciências Biológicas na atualidade.
Os
Sofistas:
Odiados
por muitos e amados por outros, somente na atualidade é que novos
Historiadores e Filósofos souberam dar maior valor e atenção as
atividades e propostas deste grupo de Filósofos.
Combatidos
por Sócrates, Platão e Aristóteles, que acreditavam entre outras
coisas que os Sofistas eram mercenários (pois cobravam dinheiro para
ensinar), que não mereciam ser Filósofos (pois criticavam as Leis,
costumes e tradições de Atenas), eram tidos como imorais, que eram
estrangeiros e deveriam querer desestabilizar a Democracia Ateniense,
entre outras pejorativas argumentações.
Muito
pouco se sabe dos Sofistas mesmo hoje em dia. O pouco que se conhece
é o que falaram e escreveram sobre eles do que propriamente suas
opiniões.
São
os Sofistas que rompem com a tradição Pré-Socrática dos Filósofos
da Natureza (ou da Physis) e iniciam ataques e críticas aos costumes
e tradições vigentes. Para eles, o ser humano não deve se moldar a
padrões externos de beleza, de comportamento, de crenças. O homem
só deve se moldar a sua própria personalidade, ou seja, a sua
liberdade. Para os Sofistas, a Moral e a Lei somente serviam para
bloquear o livre desenvolvimento do homem.
Isócrates,
Górgias e Protágoras foram conhecidos Filósofos Sofistas.
Os
Sofistas também são considerados os primeiros advogados do mundo
Ocidental. Em troca de um pagamento para sobreviverem, os Sofistas
realizavam a defesa de seus clientes, sempre amparados na verdade
subjetiva de cada indivíduo e de seus motivos pessoais. Tal
relativismo da verdade, criou no Direito e na Política o que se
convencionou chamar de "ponto de vista alheio".