sábado, 9 de fevereiro de 2019

Resumo sobre os principais filósofos Pré-Socráticos.


Filósofos Pré-Socráticos:

São Filósofos que são considerados anteriores, cronologicamente falando a Sócrates, porém, tal afirmação não faz muito sentido pois muitos Filósofos considerados deste período são contemporâneos a Sócrates ou até posteriores a ele.

Tal divisão realmente se dá pelo fato da alteração do foco de estudo da Filosofia, que antes (com os Pré-Socráticos) se debruçava sobre a natureza e após, direcionou seus estudos para o homem e suas idéias. Os Filósofos Pré-Socráticos ou Naturalistas ou da Physis (natureza das coisas) buscavam então o princípio fundamental do Cosmo ou do Universo. Vamos a alguns dos Pré-Socráticos:

Anaximandro de Mileto:

Arché: Apeíron ou o Infinito ou o indeterminado.

Cada um destes Filósofos acreditava que existia algum composto físico ou não que seria o princípio de toda a matéria ou da existência da vida. Anaximandro acreditava num quarto elemento da natureza que seria neutro e daria forma a tudo o que existe no Universo: era o Apeíron (indeterminado ou infinito). Ele é considerado o Filósofo fundador da Astronomia Grega.

Tales de Mileto:

Arché: Água.

Tales acreditava que a água era o princípio que estava por detrás de todas as coisas. Ele se baseava em diversas análises como um cadáver que seca e fica sem água alguma em seu conteúdo, nos fungos que possuem umidade, nas plantas ao se ressecarem e perderem água, entre outras experiências. Para Tales, "todas as coisas estão cheias de deuses" e "a água era o princípio de todas as coisas".

Anaxímenes de Mileto:

Arché: O ar e o vapor.

Pensava que a origem das coisas era o ar e o vapor. Possuía influências de Tales, porém discordava do mesmo ao achar que não somente a água poderia ser o único objeto. Entendia ele que a água era o ar condensado. Também acreditava que o fogo era ar rarefeito.

Parmênides de Eléia:

Arché: O fogo e a terra. O primeiro criador e o segundo matéria.

Eléia era uma cidade ao sul do que hoje é o território da Itália, povoado por muitos gregos naquela época. Ele dizia que na natureza, nada muda. Ou seja, nenhum objeto pode se transformar em outro.

Parmênides também defendia a idéia de que não deveríamos confiar em nossos sentidos ou percepções sensoriais. Este é um dos primeiros Filósofos a desconfiar dos sentidos e dar preferência para a razão. É o início do Racionalismo na Filosofia. Ele também inicia as discussões acerca da esfericidade da Terra.

Heráclito:

Arché: Fogo.

A matéria inicial do Universo era o fogo. Este discordava de Parmênides no que toca a imutabilidade da natureza. Dizia Heráclito que quando entra no rio para se banhar pela segunda vez, nunca mais, ele e o rio seriam o mesmo. Também ao contrário de Parmênides, Heráclito confiava nas sensações.
Heráclito é considerado o pai da dialética. Dizem os estudiosos da obra de Platão, que, sua filosofia seria uma grande influência de Parmênides e Heráclito.

Empédocles:

Arché: Não há substância única.

Acreditava na existência de 4 elementos da natureza: o fogo, a terra, a água e o ar.

Empédocles tratou de desatar o nó entre os dois Filósofos Pré-Socráticos. Afirmou que a natureza não poderia transformar objetos tão distantes em algo único. Portanto, acreditava em Parmênides ao dizer que nada muda na natureza. Por outro lado, dando outro exemplo, Empédocles afirmava que a natureza poderia sim mudar, bastava a observação da mesma e que portanto, poderíamos confiar em nossos sentidos para tais análises.

Demócrito:

Arché: Átomo.

Acreditava que todas as coisas do Universo eram criadas por "pedrinhas minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna, imutável e indivisível". A expressão átomo vem do grego e significa: a = não e tomo = divisível. Ou seja, átomo quer dizer não divisível.

Demócrito também foi um dos responsáveis pela elaboração das idéias de que o Universo era infinito e que existem muitos mundos iguais aos nossos.

Demócrito imaginava que "se os átomos também fossem passíveis de desintegração e pudessem ser divididos em unidades ainda menores, a natureza acabaria por diluir-se totalmente".

Pitágoras de Samos:

Arché: Os números.

Estava mais próximo da Teologia do que propriamente da Filosofia. Acreditava na crença da transmigração das almas. Foi autor que se destacou em novas propostas éticas para a política e para o ensino.

Também foi grande matemático e influenciou a Física e a própria Matemática posteriormente. Seus ensinamentos ainda são estudados na Universidade e nas Escolas de todo o mundo.

Xenófanes de Colofon:

Arché: Um deus não humano. Sem a forma do homem. Presente em todas as coisas.

Seria o início do pensamento Panteísta? Para Xenófanes, "deus está implantado em todas as coisas, o todo é um, e é supra-sensível, imutável, sem começo, meio ou fim".

Ele não acreditava que deus tivesse a forma humana (como pensa o Cristianismo - "deus é a imagem e semelhança do homem") pois entendia que se os animais tivessem a capacidade de desenhar e pensar, fariam deuses a sua semelhança. Esta é uma crítica a antropomorfização dos deuses humanos.

Anaxágoras de Clazômenas:

Arché: Nous, do grego, espírito ou mente ou inteligência.

Dizia que o Universo era formado pela ação do Nous. Este elemento atuaria sobre uma porção de sementes que possuem um pouco de cada matéria. Desta forma, Nous agiria sobre estas sementes e não se misturando a nenhuma outra matéria constituiria o que conhecemos como Mundo Sensível ou Mundo das Sombras ou dos Sentidos, como diria Platão.

Esta visão objetiva dos elementos formadores da matéria, ou visão finalista, influenciaria Platão e Aristóteles, principalmente quanto ao último ao designar as funções de cada animal ou de suas particularidades na natureza ajudando-o a criar as principais regras das Ciências Biológicas na atualidade.

Os Sofistas:

Odiados por muitos e amados por outros, somente na atualidade é que novos Historiadores e Filósofos souberam dar maior valor e atenção as atividades e propostas deste grupo de Filósofos.

Combatidos por Sócrates, Platão e Aristóteles, que acreditavam entre outras coisas que os Sofistas eram mercenários (pois cobravam dinheiro para ensinar), que não mereciam ser Filósofos (pois criticavam as Leis, costumes e tradições de Atenas), eram tidos como imorais, que eram estrangeiros e deveriam querer desestabilizar a Democracia Ateniense, entre outras pejorativas argumentações.

Muito pouco se sabe dos Sofistas mesmo hoje em dia. O pouco que se conhece é o que falaram e escreveram sobre eles do que propriamente suas opiniões.

São os Sofistas que rompem com a tradição Pré-Socrática dos Filósofos da Natureza (ou da Physis) e iniciam ataques e críticas aos costumes e tradições vigentes. Para eles, o ser humano não deve se moldar a padrões externos de beleza, de comportamento, de crenças. O homem só deve se moldar a sua própria personalidade, ou seja, a sua liberdade. Para os Sofistas, a Moral e a Lei somente serviam para bloquear o livre desenvolvimento do homem.

Isócrates, Górgias e Protágoras foram conhecidos Filósofos Sofistas.

Os Sofistas também são considerados os primeiros advogados do mundo Ocidental. Em troca de um pagamento para sobreviverem, os Sofistas realizavam a defesa de seus clientes, sempre amparados na verdade subjetiva de cada indivíduo e de seus motivos pessoais. Tal relativismo da verdade, criou no Direito e na Política o que se convencionou chamar de "ponto de vista alheio".