sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Resenha da obra "Os problemas da Filosofia" de Bertrand Russell.


Os Problemas da Filosofia – Bertrand Russell. Editora Biblioteca de Filosofia Contemporânea. Edições 70.

Nascido em 1872 e falecido em 1970, foi um dos Filósofos do século XX que mais produziram. São mais de dois mil artigos e setenta livros publicados. Esta obra em particular foi publicada em 1912, portanto, antes das duas grandes guerras mundiais.

A tradução é de Desidério Murcho, professor da Universidade Federal de Ouro Preto. É o próprio professor quem faz o prefácio de mais de setenta páginas. A obra toda se divide em 15 pequenos artigos.

Inicialmente se tem a impressão de ser uma obra introdutória a Filosofia. E também o é. Mas ela também guarda nas entrelinhas, um pouco do pensamento do autor sobre a Filosofia. Russell é filósofo da área de analítica, ou seja, lógica. Provavelmente ligada a sua formação na área de Ciências Exatas.

Como um dos principais nomes da Filosofia Analítica, é importante ressaltarmos que a mesma, entende a Filosofia como a análise lógica da linguagem ou do discurso. Ela se divide basicamente em dois campos: o Positivismo Lógico e a Filosofia Lingüística. Russell e Wittgenstein são os principais nomes do Positivismo Lógico. Para os Filósofos Analíticos o objeto da Filosofia é a Linguagem e o Método da Filosofia é a Análise Lógica.

Diferem portanto tais Filósofos de outros que não desejam que a Filosofia tenha objeto específico de estudo e nem um único método.

I – Aparência e realidade:

Ele inicia este capítulo com a seguinte pergunta? ”Haverá algum conhecimento no mundo que seja tão certo que nenhum homem razoável possa dele duvidar?” Ele tenta responder a questão que se desdobra em outras perguntas. A primeira resposta que alguns de nós pode ter sobre esta pergunta é que não existem conhecimentos cem por cento seguros ou com total certeza de segurança.

Então, o autor tenta fazer uma análise pelas diversas formas que possamos enxergar uma mesa e os diferentes olhares que podemos ter da mesma. Demonstra logo de cara as diferentes visões que podemos ter da realidade, ou seja, as diferenças entre “aparência” e “realidade”.

Ele nos indaga então sobre se podemos ter certeza de que a mesa existe realmente e se existe, ela condiz com a forma como os nossos sentidos nos apresentam a mesma? Ele está colocando em dúvida a existência da própria matéria. Para isso, irá citar o pastor Berkeley e Leibniz, dois grandes Filósofos expoentes da Filosofia Idealista.

Assim, torna-se evidente que a mesa real, se existe, não é o mesmo de que temos experiência imediata pela visão ou pelo tacto ou pela audição. A mesa real, se existe, não é de modo algum imediatamente conhecida por nós, tendo antes de ser uma inferência do que é imediatamente conhecido.” 1

O autor está tentado nos dizer que existe uma intermediação entre os sentidos e aquilo que entendemos ou enxergamos do mesmo objeto ao qual analisamos. Ou seja, não dá para termos certeza daquilo que os sentidos nos trazem, se é verdadeiro ou não. No fundo, é uma Filosofia de caráter Idealista a do nosso autor, com forte presença do relativismo.

Ele irá citar Berkeley para defender sua tese, de que a matéria nada mais é do que uma coleção de idéias e a Leibniz por dizer que a matéria é uma coleção de mentes. Para Berkeley, a mesa que acima falamos, é uma idéia na mente de deus, assim como todas as matérias. Se uma matéria não pode ser pensada, significa que não pode existir. Para Leibniz, a matéria seria como uma coleção de almas e a Ciência nos diz que a matéria é como uma coleção de cargas elétricas em constante movimento violento.

II – A existência da matéria:

Afirma o autor sobre o limite da Filosofia Idealista, ao dizer:

Assim, se não podemos ter a certeza da existência independente de objetos, ficaremos sozinhos num deserto – pode ser que todo o mundo exterior nada seja senão um sonho, e que só nós existamos.” 2

Retoma Descartes e seu “método da dúvida sistemática”, quando o autor afirma que somente devemos acreditar naquilo que possamos por seguidas vezes duvidar e tentar esclarecer ou entender e somente depois de termos certeza de que não há mais o que desacreditar, é que devemos aceitar como verdade.

Russell irá então nos questionar se, já que devemos duvidar das potencialidades dos sentidos e de suas clarezas, já que devemos ter um método de dúvida recorrente a respeito de um dado objeto, para crer nele a verdade, poderíamos então pensar em objetos públicos e neutros que pudessem nos levar a verdade? O autor pensou nos sonhos. Mas em seguida descartou tal possibilidade por entendê-lo como pessoal e intransponível. Mas mesmo assim, o autor acredita num objeto que seja de senso comum aos homens para que cheguem a razão de alguma forma. Serão as forças ocultas e paranormais da mente? Ele não cita exemplos.

Assim, o fato de diferentes pessoas terem dados dos sentidos similares, e de uma pessoa em um dado lugar, em momentos diferentes ter dados dos sentidos similares, é que nos faz supor que além dos dados dos sentidos há um objeto público permanente que subjaz ou causa os dados dos sentidos de várias pessoas em vários momentos.” 3

Russell finaliza nos dizendo de uma hierarquia dos sentidos, provavelmente já dita anteriormente por Aristóteles e Kant. Tal organização seria importante pois ajudaria os homens a compreenderem melhor o mundo que os cerca e a organizarem melhor o aprendizado e de como ele pode se dar.

O autor discorda daqueles que pensam a Filosofia como uma Ciência da Physis, tal como os antigos e muitos outros, mas acha que ela pode se dar ao trabalho de ter a função de desempenhar o papel de organizadora do conhecimento humano. Portanto, Russel está nos falando de função para a Filosofia e de qual seria a mesma. Provavelmente há influência de Aristóteles na sua obra, no sentido de um conjunto de métodos ou uma índole classificatória, que elenca valores, cataloga o saber e o identifica de várias formas.

III – A natureza da matéria:

Ele inicia este capítulo dando como certo a teoria de que existe um objeto público que faz os homens de alguma forma sentirem ou terem resposta dos objetos a que se dediquem ou debrucem.

Russell vai entrar na argumentação de que a conclusão a que chega a Ciência de um determinado objeto, pode ser diferente da conclusão que pode chegar uma pessoa comum sobre o mesmo objeto. É o que ele chama de espaço público e espaço privado. Sendo o primeiro, o da Ciência e o segundo o do indivíduo. Ciência se faz do geral e não do particular. O particular nos é importante para levantar pista do que ocorre, mas não pode servir de base para a afirmação Científica.

Se o olhar que a Ciência descreve ao objeto se diferencia do olhar que o indivíduo faz do mesmo, isto nos leva a pensar se existe concordância ou correspondência dotada de total razão ou verdade entre os “objetos físicos” em si e os “dados sensitivos” do corpo humano.

IV – Idealismo:

Ele inicia este capítulo tentando fazer uma defesa da existência do pensamento Idealista em diferenciação do Materialista. Diz que é muito mais fácil o senso comum defender a existência da matéria do que supor que a matéria depende das idéias (na sua opinião).

Russell retorna a Berkeley e ao argumento do autor de que tudo o que existe no mundo, tem sua existência pré-definida por que precisa se mostrar ao outro. E ao deixar de se mostrar, portanto, pela lógica, deixaria de existir, isto só não ocorreria pois deus estaria a olhar para este objeto ininterruptamente. Berkeley dá o exemplo de uma árvore para deixar mais claro o que quer dizer. A árvore só teria sua existência garantida (pois os homens ao deixarem de apreciá-la morreria), por que deus estaria continuamente observando e apreciando a mesma.

Por outro lado, ao anunciar que uma das iniciativas mais sérias de se iniciar o pensamento Idealista foram com o bispo Berkeley, Russell dá as costas a todo o passado Grego do pensamento Ideal. Dá as costas a Parmênides que deve ser considerado o pai desta forma de se presumir o mundo e a Platão que organiza sua Teoria do Conhecimento no “Mundo das Idéias” e das “Sombras” que também é base para a Teoria de Berkeley.

O bispo acreditará que a cor de um determinado objeto estará na mente que o observa e não no próprio objeto. Isto dá embasamento para a Teoria do Inatismo das Idéias ou da reminiscência, de que todo homem carrega consigo o conhecimento, tal como Sócrates definiria. Eles não precisam aprender, apenas se lembrar, pois a alma é portadora de tal saber. Tal argumento do Bispo, para Russell é equivocado, pois existe uma confusão no antigo inglês entre “coisa apreendida e o acto de apreensão”. 4 Hoje se sabe que a coisa em si ou o objeto analisado carrega sua cor como característica de sua matéria.

Berkeley irá afirmar também que se não podemos visualizar algo, significa que este algo não existe. Russell irá discordar dessa tese do bispo argumentado em torno da “Teoria do Conhecimento por Contato e por Descrição”.

V - Conhecimento por Contato e Conhecimento por Descrição:

O “conhecimento de contato”, também chamado de “conhecimento de coisas” é mais simples do que o “conhecimento por descrição” pois não está em contato com a verdade. O “conhecimento por contato” é menos profundo e não consegue saber ou explorar a essência de um objeto. É um conhecimento superficial que não me permite aprofundar mais informações sobre o objeto que se deseja.

Já o “conhecimento por descrição” é considerado como que amparado na verdade. Nós temos como saber algo a mais ou melhor detalhado deste tipo de objeto através deste tipo de conhecimento. A impressão que se tem é a de que o “conhecimento por descrição” é baseado com maior segurança em um maior número de sentidos que nos possam dar maior margem de segurança no conhecimento que recebemos do mesmo. “A importância principal do conhecimento por descrição é que podemos ir além dos limites da nossa experiência privada.” 5

Russell também nos fala do “contato por introspecção” como sendo aquele em que temos o contato dos dados sensoriais e por conseqüência temos consciência dos dados que recebemos. Diferentemente dos animais que recebem os dados mas não conseguem refletir sobre os mesmos. Somos dotados de autoconsciência pois sabemos por exemplo quando estamos com fome e temos ciência do que isso significa.

O autor irá trabalhar também a “teoria das descrições definidas” e a “teoria das descrições ambíguas”. Uma definindo questões específicas ao ser ou ao indivíduo e a outra tratando de descrições gerais do homem e de sua natureza, respectivamente, “descrições definidas” e “definições ambíguas”. Russell parece se assemelhar a classificação que Aristóteles havia definido a mais de dois mil anos atrás quando fez a divisão entre essência e existência, matéria e corpo, entre outras definições.

Ele também irá falar sobre a “Teoria Descritivista dos Nomes Próprios”. É a “descrição definida de nome próprio” que leva o ser a relacionar o indivíduo com o nome que se está ligando ao mesmo.

Temos de atribuir algum significado às palavras que usamos, para que possamos falar significativamente e não proferir mero ruído; e o significado que atribuímos às nossas palavras tem de ser algo com o qual estamos em contato.” 6

A teoria por descrição e prescrição poderia ser melhor trabalhada na Filosofia da Ética e da Filosofia Política. Pois tais questões podem envolver juízos de valor, o que significa que fica difícil conceber posições como verdade ou mentira diante de determinadas afirmações.

VI – Sobre a indução:

Russell inicia esta parte com uma pergunta nos dando a entender que nem todo o conhecimento é criado ou desenvolvido pelo contato com nossos sentidos ou pela experiência. ”Que coisas há no universo, cuja existência é conhecida por nós devido a termos contato com elas?” 7

O autor está tentado nos dizer que não existe verdade absoluta ou certeza com grau máximo de confiança. A própria forma como desenvolvemos a ciência é sempre um modelo de confiança de que os testes que serão gerados amanhã, não desrespeitaram as regras em jogo hoje.

Há algum número de casos de alguma lei cumprida no passado que constitua indício de que será cumprida no futuro?” 8

E ele continua adiante:

Observe que todas estas expectativas são apenas prováveis; por isso, não temos de procurar uma prova de que têm que ser cumpridas, mas apenas uma razão em favor da perspectiva de que é plausível que sejam cumpridas.” 9

Ele nos dá o exemplo que Hume havia utilizado séculos atrás em “Investigações acerca da natureza humana”, de qual a certeza que teríamos de que o sol nascerá logo amanhã cedo? Não temos nenhuma razão para que isto aconteça. O que sabemos é que de acordo com o passar do tempo, temos verificado esta regularidade e nunca nos perguntamos se esta seria uma lei possível de ser quebrada ou não. Mas existe a possibilidade que seja e a questão da probabilidade é colocada então no lugar da certeza. Um outro corpo celeste pode se chocar contra a Terra e tirar o planeta da órbita que ele faz a milhares de anos. Daí haveria o fim da regularidade que estamos acostumados. A Ciência se baseia no mesmo princípio. Ela não tem certeza absoluta se dois itens, A e B estarão juntos amanhã ou em suas próximas ocorrências somente por que nas ocorrências anteriores eles estiverem juntos.

Temos portanto de distinguir o fato de as uniformidades do passado causarem expectativas quanto ao futuro, da questão de saber se há algum fundamento razoável para dar peso a tais expectativas depois de a questão de sua validade ter sido levantada.” 10

Isto nos faz pensar na Teoria da Relatividade de Einstein, que havia sido publicada alguns anos depois da primeira edição desta obra de Russel e do qual ele faz um prefácio especial para citar sua importância e corrigir outras questões. Por que dar tanto peso as expectativas das regras ou Leis gerais da Ciência se elas são passíveis de serem quebradas de uma hora para outra?

Nunca se pode chegar realmente a certeza porque sabemos que, apesar de repetições freqüentes, há por vezes uma falha no fim, como no caso da galinha a que se torce o pescoço. Assim, tudo o que devemos procurar é a probabilidade.” 11

Ou seja, por mais regularidade, tradição e renome que uma determinada regra ou Lei da Ciência tenha, nunca será possível que esta seja considerada de total confiança. Sempre haverá dúvida diante do amanhã.

VII – O nosso conhecimento de princípios gerais:

A lógica nos faz supor que qualquer princípio amparado inicialmente por uma base verdadeira, nos trará a continuidade de seu raciocínio como verdadeiro. Dito de outro modo, se 2 + 2 = 4 + 2 = 6 + 2 = 8, sabemos que na sequência, sucessivamente será 10 por que o início da sequência se mostrou verdadeiro e a continuidade da mesma também o fará do mesmo modo.

Por outras palavras, qualquer coisa implicada por uma proposição verdadeira é verdadeira, ou seja, o que for que se segue de uma proposição verdadeira é verdadeiro.” 12

Estes são chamados de “princípios lógicos auto-evidentes”.

Russell retorna com a discussão da teoria do inatismo. Defende que os filósofos racionalistas tinham razão ao defender tal posição no passado pois hoje se sabe que parte do conhecimento do homem nasce com o mesmo e que o restante vai se construindo com o processo cognitivo. Porém, os racionalistas não falavam sobre parte ou algum conhecimento tal como o autor declara. Falavam sobre todo ele ou a totalidade do conhecimento do ser nascer com o mesmo.

Logo adiante, porém, Russel irá defender a tese de que o conhecimento gerado a priori tem menos confiabilidade ou certeza do que aquele gerado pela experiência. Ele também falará da outra possibilidade de conhecimento que podemos gerar dentro do âmbito apriorístico, além da lógica, que é o conhecimento ético.

Falando de métodos científicos de análise tanto empíricos quanto racionais, Russell chega a questão dos métodos indutivos e dedutivos:

É por isso que há real utilidade no processo de dedução, que vai do geral para o geral ou do geral para o particular, tal como no processo de indução, que vai do particular para o particular ou do particular para o geral.” 13

Explicamos com exemplos:

No método dedutivo: do geral para o geral pode ser o método de Marx quando afirma que “é da quantidade que se tira a qualidade”; do geral para o particular, esgotadas as possibilidades, escolheu-se um item ou regra que se aplica a parte;

No método indutivo: do particular para o particular é o mesmo que não sair do lugar ou não se comprometer ou ser conservador; do particular para o geral ocorre quando se tira conclusão sobre algumas espécies e torna a partir daí uma lei válida para todos (as).

VIII – Como o conhecimento a priori é possível?

Russell inicia este oitavo capítulo fazendo uma discussão que nos remete a Kant e se é possível obtermos conhecimento de modo apriorístico. Ele vai tratar da existência do conhecimento analítico e sintético.

O conhecimento analítico é todo aquele em que quando se analisa o predicado ligado ao sujeito, ou seja, quando se analisa aquela qualidade que se está tentando ligá-la ao objeto, percebe-se que é possível conhecer o sujeito pelo predicado, ou seja, pela sua qualidade. De acordo com o dicionário: Ele se decompõe de um todo em suas partes constituintes. Vai do composto ao simples, parte dos efeitos às causas. Parte da conseqüência para chegar ao princípio.

Já no conhecimento sintético, não é possível conhecer o sujeito pela qualidade ou, o predicado do objeto, pois o predicado não está ligado ao mesmo. Por exemplo, como posso dizer que uma bola de sinuca está no canto da mesa perto da caçapa sem ao menos eu tê-la rebatido para aquele lado? De acordo com o dicionário: ele reúne os elementos simples para formar o composto, parte do princípio para chegar às conseqüências, portanto parte da causa para chegar ao efeito; ele também é generalista. A pergunta que faço é: o conhecimento sintético precisa da experiência para existir?

Russell irá tratar do método de Hume ao defender que não é possível haver conexão a priori entre causa e efeito, ou seja, sintético. Não se pode saber o local onde uma bola de bilhar irá parar sem esperar a jogada finalizar. Kant irá dizer que na matemática pura, 7 + 5 = 12. Isto significa que de forma apriorística, foi possível se descobrir a verdade, pela experiência, de modo sintético. Isto levou Kant a considerar que é possível se chegar a verdade através do conhecimento sintético de modo apriorístico.

Kant demonstrou esse raciocínio ao dizer que não éramos capazes de conhecer a essência dos objetos (as coisas em si) somente pela experiência e pelos contatos de nossos sentidos.

Kant considera que o objeto físico, a que chama “a coisa em si”, é essencialmente incognoscível; o que pode ser conhecido é o objeto tal como temos na experiência, a que Kant chama “o fenômeno”.” 14

A cor, dureza, cheiro, entre outros resultados dos sentidos, estão nos objetos em si. Mas isso não basta para conhecermos suas essências. Necessitamos do auxílio da racionalidade para elaborarmos conclusões mais sofisticadas e com maior grau de certeza sobre o que os sentidos nos trazem a frente. Dessa forma, Kant quebra a velha dicotomia na Filosofia entre empiristas e racionalistas.

O autor finaliza o capítulo tentando argumentar em defesa do modelo Idealista quando diz que a teoria dos contrários não se baseia apenas no pensamento. Ela não é apenas apriorística, mas está amparada em experiências que a mente pode ter observado. De toda forma, ela também é uma afirmação do que diria Kant, de que ambas faculdades do corpo humano, intelecto e os sentidos, precisam uns dos outros para viver.

IX – O mundo dos universais:

Russell tratará neste capítulo sobre a questão da existência ou não de idéias universais. Este conflito de idéias entre particular e universal, foi conhecido na Filosofia pela discussão entre “monismo” que foi defendida por Espinosa e “mônada” ou “monadismo” que teve Leibniz como defensor. A primeira diz que o Universo é formado por uma só coisa e a segunda, nega tal possibilidade dizendo que o Universo foi formado por um conjunto de coisas. Este conflito se espalhou na Filosofia e adentrou as outras Ciências que nasceram dela. Por exemplo, na área da Psicologia e do aprendizado, o caráter conflitivo entre racionalismo e empirismo quebrado por Kant, tem influência do “monismo” de Espinosa. As discussões dentro da Química e da antiga Ontologia de que seriam um, ou, mais de um, os elementos formadores da matéria, também seriam base dessa discussão, entre diversas outras.

Da mesma forma que temos através do contato de nossos sentidos com o mundo concreto e os objetos, o fenômeno, que portanto, é de caráter particular e único de cada ser, para Russell também temos um caráter universal onde muitas idéias, sensações podem ser compartilhadas entre muitas pessoas. Portanto, se existem questões de caráter particular, também existem as de caráter universal. E é isso que ele quer provar neste capítulo. É o que ele chama de “Teoria Realista dos Universais”. Ele inicia falando da dialética Platônica em torno dos dois mundos, das idéias e das sombras, onde todos os objetos no mundo concreto estariam representados em formas no mundo das idéias.

Russell irá trabalhar com um exemplo que imaginamos quando estamos com a mente vazia: lembramos automaticamente de uma folha branca ou de uma eterna brancura. Hume e outros filósofos trabalharam com tais exemplos. Hume imaginou deus sendo representado por um homem muito inteligente, elevado a múltipla potência, daí sim teríamos a idéia de deus por sua onisciência. Porém Russell ao tratar do tema folha branca ou brancura está tentando nos dizer que esta imagem que temos não é uma mente vazia mas a imagem que temos de uma mente sem pensar em nada. Portanto, o conceito de brancura (ou universalidade, pois é o que pensamos praticamente todo juntos ao tratar do tema) é criado artificialmente ou culturalmente inserido em nossas mentes, mas ele não existe dessa maneira.

O autor irá dizer que existe uma realidade para o universal que não é a mesma realidade que o Mundo das Sombras ou das Idéias de Platão.

Assim, os pensamentos e os sentires, as mentes e os objetos físicos existem. Mas os universais não existem neste sentido; diremos que subsistem ou tem de ser, sendo que ser se opõe a existência por ser atemporal. O mundo dos universais, consequentemente, pode também ser descrito como o mundo do ser. O mundo do ser é imutável, rígido, exato, encantador para o matemático, o lógico, o edificador de sistemas metafísicos e quem gosta mais da perfeição do que da vida.” 15

Esta explicação nos remete de certo modo ao que Platão identificava de terceira categoria de seres, que estavam entre o Mundo das Sombras e das Idéias. São os objetos da matemática e os números. Para o grego, tais objetos não podiam se inserir nem em um ou outro dos mundos, estariam num mundo a parte. Quando Russell nos trata desta questão dos Universais, o que me remete automaticamente a mente é esta terceira categoria de seres ou objetos. Tal influência em Platão deriva de seus estudos em matemática através de Pitágoras e de seus discípulos.

X – O nosso conhecimento dos Universais:

Ele inicia dividindo o conhecimento de Universais. Estes são os por contato e os por descrição como já havíamos visto em capítulo anterior.

Em cada caso dos dois abaixo, existem 2 tipos: um imediato e outro derivado.

1 - Conhecimento de Coisas: Chamado também de Conhecimento por Contato. Onde temos as coisas conhecidas que são as particulares e as Universais:

1.a - Particulares: Temos contatos com os dados dos sentidos e provavelmente com nós mesmos.

1.b - Universais: Qualidades sensíveis, relações de espaço e tempo e questões abstratas que podem ser sentidas por muitas ou todas as pessoas.

2 - Conhecimento de Verdades: Também pode ser chamado de conhecimento intuitivo e suas verdades conhecidas podem ser as verdades auto-evidentes. Consiste em tudo o que podemos deduzir de verdades pelo uso (auto-evidente) da dedução.

A questão do conflito entre o método universal e particular se dá pelo seguinte fato. Suponhamos que eu faça a afirmação: toda bola é redonda. Sabemos que se eu me referir as bolas de futebol, estarei provavelmente certo a respeito da questão. Mas como no meu enunciado, eu não me referi a qual tipo de bola era e, abrangi todas as bolas, qualquer um que pegar uma bola de rugby provará que eu estou errado em minha afirmação. Isto quer dizer o seguinte: todas as leis da Ciência são construídas sobre afirmações universais. Provar a verdade de afirmações universais é extremamente difícil e trabalhoso. Por isso do método científico ser tão duro e rígido. Agora, mostrar que a afirmação é errada, é a coisa mais simples desse mundo. Leis gerais são difíceis de serem aceitas por isso, pois precisam passar por uma grande quantidade de testes e provas para serem aceitas como verdadeiras.

XI – Sobre o Conhecimento intuitivo:

Neste capítulo, ele inicia tentando fazer uma espécie de teste de validade para o método racional, sempre efetuando uma nova análise para verificar se a anterior é correta. O Professor Desidério Murcho da UFOP diz que se trata do método fundacionalista de Russel. Porém, diz o Professor que nossas crenças podem se amparar em rede e não necessariamente umas sobre as outras.

Russell propõe dois tipos de verdades auto-evidentes (lembrando que tais verdades são aquelas que se iniciam em preposições verdadeiras e dão continuidade e sequência verdadeiras). A primeira é aquela que racionaliza os dados recebidos pelos sentidos sem no entanto analisá-las. A segunda surge quando o objeto que os sentidos recebem é complexo, o que exige análise imediata. Existe uma terceira classe de juízos intuitivos que são os de memória. Para Russell é fundamental possuirmos este juízo pois é ele quem nos dá a diferenciação de presente, passado e futuro. É ele quem nos diz se o que comemos ontem foi realmente no dia de ontem. Este juízo, de acordo com o autor, pode variar pela confiabilidade da memória do indivíduo ou não. Estes são chamados de graus de auto-evidência, quando se sabe até onde podemos confiar nas informações recebidas de nossa memória.

Para Russell, toda vez que se tem dúvida sobre o grau de auto-evidência da memória, deve-se sempre escolher a informação que mais acreditamos ser real e leal a realidade ou aos acontecimentos. Como comprovar com total certeza que minhas lembranças são as reais e não as de outras pessoas? Nestes casos, a Filosofia da História pode ajudar-nos a descobrir melhor tais questões que podem ser outros diversos braços da Filosofia.


XII – Verdade e Falsidade:

Russell trabalha neste capítulo a questão de como se definir verdade e falsidade sem cair no problema de quais crenças são verdadeiras e quais são falsas. Inicia falando em três regras básicas:

1-A teoria da verdade tem de permitir englobar ou admitir a teoria de seu oposto, a falsidade. Provavelmente o que Russell quer dizer é que a Teoria do Contato não admite este recurso subjetivo mas o que ele chama por verdade, sim.

2-Para que existam crenças, deve haver um mundo das idéias e não somente um mundo da matéria. A verdade e a falsidade estão para si como crenças. Pelo que se entende, tais conceitos são relativos a racionalidade humana, não sendo possíveis de se existir sem as mesmas.

3-Porém, a verdade e a falsidade dependem sempre de uma crença, ou seja, de algo externo a elas mesmas para existir. Ou seja, elas dependem das relações externas das crenças com coisas ao seu redor ou fora delas.

O autor refuta a tese de que uma das características da verdade seja a coerência. A própria Filosofia concilia diversas explicações com uma ou mais explicações do que seja a verdade. Portanto para o autor, a coerência não é resposta correta para a certificação de verdade. Outra forma de se entender ou provar a verdade seria a teoria das contradições. Uma coisa é uma coisa e não outra coisa.

Assim, uma crença é verdadeira quando há um fato correspondente, e é falsa quando não há qualquer fato correspondente.” 16

Em todo caso, é sempre difícil comprovar a existência de questões que são difíceis de se analisar dando pareceres tão precisos tais como angústia, deus, duendes, et’s, entre outros.

XIII – Conhecimento, erro e opinião provável:

Podemos saber que algo é verdadeiro ou acontece por vezes que já o sabemos que seja verdadeiro? É com esta pergunta que Russell inicia o décimo terceiro capítulo. Ele vai discutir aqui as verdades da forma como já a conhecemos e os métodos que utilizamos para identificá-los.

Assim, é claro que uma crença verdadeira não é conhecimento quando é deduzida de uma crença falsa.” 17

Neste raciocínio ele volta a questão das bases verdadeiras que fundamentam sequências de dados que serão verdadeiras. Se a preposição é verdadeira, a continuidade será verdadeira também.

Para Russel, não é possível definir com precisão o que é o conhecimento.

Nesta questão dificilmente é possível alcançar qualquer resultado preciso: todo o nosso conhecimento de verdades está infectado com algum grau de dúvida, e uma teoria que ignorasse este fato, estaria claramente errada.” 18

Existem portanto, duas maneiras das quais um fato pode ser conhecido:

1-Por meio de um juízo, se verifica que as partes de um todo (este juízo) estão relacionadas.

Este está relacionado a um modelo muito mais racional.

2-Por meio do contato com o próprio fato.

Este está relacionado a um modelo muito mais empírico.

Todas estas duas formas de se entender um fato, estão relacionadas sempre com o indivíduo. Aparentemente não são universais pois dependem de juízos individuais para existirem.

Ao que acreditamos firmemente, se for verdade, chama-se conhecimento, desde que seja intuitivo ou inferido (lógica ou psicologicamente) de conhecimento intuitivo do qual se segue logicamente. Ao que acreditamos firmemente, senão é verdadeiro, chama-se erro. Ao que acreditamos firmemente se não é conhecimento nem erro, e também ao que acreditamos hesitantemente porque é algo que não tem o mais alto grau de alto-evidência, nem deriva disso, pode chamar-se opinião provável.” 19

Russell mostra que a construção do conhecimento não se dá por bases exatas e com certezas de verdadeiras. Mesmo inferida lógica ou psicologicamente, existe a possibilidade de erro. Se tal juízo não é verdadeiro, apesar da crença nele, podemos chamá-lo de erro. Elas podem variar. Variando, são opiniões prováveis.

XIV – Os limites do conhecimento filosófico:

Russell tratará de efetuar uma crítica a Filosofia feita a moda metafísica, ou seja, apriorística. Iniciará uma análise pela obra de Hegel, também criticando a mesma de entender o universo e a existência de modo tão harmonioso.

Não acredita que o futuro da Ciência e da Filosofia se dê mais daqui em diante do modo essencialmente teórico e sem contato com a experiência tal como ocorria no passado.

Ele também vai trabalhar a questão da tese que imagina que o tempo e o espaço são infinitamente indivisíveis. Tratará da discussão contrária também falando do registro daqueles que entendem a questão de modo contrário, não sendo possível haver infinitude entre espaço e tempo tanto no macro quanto no micro.

Por outro lado, ao questionar as possibilidades da Filosofia Idealista, ele defende as chances da Filosofia Analítica (lógica), apesar de não concordar que a Lógica seja apenas mais um instrumento das idéias (ou da Filosofia Idealista) por acreditar que ela se baseia em experiências ou na teoria dos contrários. Porém afirma que a Lógica tem dado exemplos e estudos mais profundos sobre a questão do espaço e do tempo do que a experiência, ou seja, a Filosofia Materialista e Empírica.

A tentativa de legislar sobre o universo por meio de princípios a priori sucumbiu; a lógica, em vez de ser, como anteriormente, o obstáculo às possibilidades, tornou-se a grande libertadora da imaginação, apresentando inúmeras alternativas que estão fechadas ao senso comum irrefletido, e deixando à experiência a tarefa de decidir; quando a decisão é possível, entre os muitos mundos que a lógica nos oferece para escolher.” 20

Desse modo, para o autor, a superioridade da Filosofia Lógica é destacável as outras Escolas ou áreas da Filosofia.

Russel também nos fala de dois gêneros do conhecimento empírico de verdades:

1-Puro: Nos traz informações da existência e do contato com os objetos e a matéria.
2-A priori puro: Nos dá ligações sobre conceitos (ou contatos) universais e nos permite pensar sobre aquilo que os sentidos possam nos trazer ou proporcionar.

Ele finaliza argumentando sobre a importância da crítica da Filosofia para a Ciência e para a construção do conhecimento. No entanto, Russell admite algum tipo ou grau de erro como risco próprio da Filosofia. Mas crê que é possível gerenciar o risco ou o erro.

XV – O valor da Filosofia:

Neste último capítulo, Russell irá questionar a idéia que se tem dos “homens práticos”. Para a Filosofia, tais indivíduos eram aqueles que sempre se importaram com a questão da matéria para iluminar a vida. Sempre se importaram com as condições de consumo ou de posse como suficientes para fazer o ser feliz. Para estes, um planeta de consumidores é tudo o que basta para o homem ser feliz para a eternidade. Tais homens costumam se distanciar do valor que os estudos e raciocínios abstratos, ideais, filosóficos possam trazer ao indivíduo e a sociedade como um todo. Sua praticidade está presente em todas as decisões políticas. Mesmo aquelas em que algo de ruim possa ser feito ao Meio Ambiente e as gerações futuras. O que importa é o imediatismo dos resultados do aqui e agora e, portanto, das práticas instantâneas e sem o uso do pensar.

Demonstrar o valor da Filosofia para estes indivíduos é tarefa árdua ou impossível para o nosso autor pois estes estão acostumados com um saber ou um cotidiano de atitudes que evitam ou menosprezam o pensar diante das coisas mais simples e importantes da vida. Se tudo na vida funciona “a toque de caixa”, como convencer uma pessoa dessas a se interessar pela Filosofia e demonstrar o valor da mesma para tal ser?

A Filosofia, talvez perca o seu valor para as pessoas “práticas” pois, mal algumas áreas e estudos da Filosofia conseguem respostas profundas e com maior exatidão, do que os que antes recebia, eles se tornam Ciência, distanciando-se assim da “amiga da sabedoria”.

Aquelas questões que são já susceptíveis de respostas definitivas são colocadas nas ciências, ao passo que só permanecem para formar o resíduo a que se chama Filosofia aquelas a que, actualmente, nenhuma resposta definitiva se pode dar.” 21

Aparentemente, por mais perguntas que os Filósofos façam sobre a natureza das coisas, do mundo, dos homens e do universo, a Filosofia não conseguirá buscar respostas com certeza absoluta, de acordo com Russell.

O autor também fala do esforço da Teologia para fazer com que as respostas que esta encontra, sejam consideradas parte do conhecimento Filosófico. Russell descrê desta posição dando a entender que a Filosofia Cristã, como qualquer outra, não pode definir seus conhecimentos pré-estabelecidos como verdade absoluta.

A esta condição o autor nos diz:

A Filosofia, apesar de não poder dizer-nos com certeza qual é a resposta verdadeira às dúvidas que levanta, é capaz de sugerir muitas possibilidades que alargam os nossos pensamentos e os libertam da tirania do costume.” 22

Russell também irá defender um alargamento do conhecimento humano distanciando-se dos dogmatismos vigentes. A construção do saber nos homens é uma forma de fazê-los se conhecer melhor.

Ele finaliza argumentando que, o grande valor da Filosofia são as questões que ela pode abordar e as reflexões que podemos girar em torno dela e, não as respostas que devemos chegar, sendo ou não verdadeiras. O que importa é o caminho e não somente a chegada.

É interessante ver num Filósofo Analítico Positivista como Russel, este papel de dar liberdade a Filosofia sem ter que comprometê-la com outra área do saber ou com a objetividade excessiva e explícita típica dos Positivistas de todas as ordens. Ao invés disso, Russell defende nesta obra que a Filosofia tem sua maior riqueza nas buscas e nas dúvidas que irá construir do que propriamente nas respostas que poderá trazer quando o pensamento positivista pensa justamente em conclusões aceitas cientificamente ou respostas que possam trazer conclusões satisfatórias.

Todas as vezes que os diversos saberes da história humana tornaram-se suficientemente independentes da Filosofia, eles arrumaram suas malas e partiram em busca de respostas mais exatas ou aceitáveis para a construção da sociedade que ansiava a dominação capitalista. Assim foi com a Psicologia, Sociologia, Física, Química, Política e outras. Nem por isso a Filosofia se perdeu ou deixou de existir.

Considerações:

Logo no primeiro capítulo, quando Russell faz a pergunta: ”Haverá algum conhecimento no mundo que seja tão certo que nenhum homem razoável possa dele duvidar?” e sua resposta se torna negativa, ou seja, nenhum conhecimento no mundo pode ter 100% de certeza, ele está também defendendo, mesmo que não na totalidade, o relativismo. Ao defender tal posição, que por mais que o autor diga no prefácio da obra, que não havia tido tempo para ler as recentes descobertas de Einstein sobre a “Teoria da Relatividade”, sua obra está permeada dela.

Em capítulos posteriores ele também falará da necessidade de termos o mecanismo da dúvida e que isto é sadio para qualquer método científico para se chegar a verdade. Assim, no capítulo XII, o autor deixará claro que uma Teoria da Verdade deve assumir o pressuposto da dúvida.

Ao mesmo tempo, tal posição se torna um paradoxo, um contra-senso dentro do Positivismo. Este provavelmente é o primeiro autor do Positivismo (ainda mais Lógico) que defende possíveis exceções a regra da verdade única, absoluta, indivisível, objetiva do pensamento Positivista. No capítulo VI isto também fica visível.

Já no segundo capítulo, Russell vai defender a idéia de que a Filosofia tenha uma função. Contrariamente a outros Filósofos que discordam de tal tese. O autor crê que a Filosofia deve ser a organizadora do conhecimento humano. Acredito que esta opinião esteja muito mais ligada a influência de Aristóteles sobre o autor por também ter feito grande obra de classificação do conhecimento dos homens até aquele momento.

O autor também defenderá a Teoria do Inatismo ou da Reminiscência argumentando que os Filósofos Idealistas tinham razão em falar a respeito de um conhecimento já particular de todos os homens e que eles nasceriam com tais saberes falando que a Ciência já dizia algo a respeito. Provavelmente Russel está a nos dizer sobre as pulsões humanas. Mas estas não são certeza de serem conhecimento, mas apenas instinto animal de nossa espécie. Russell também argumentará sobre a validade do Inatismo diante de parte do saber do homem. Isto também não é válido pois Platão, Sócrates e outros não falavam em parte do conhecimento como vindo desde o nascimento, mas ele todo.


1 Op. Cit. Pg. 73.
2 Op. Cit. Pg. 79.
3 Op. Cit. Pg. 83.
4 Op. Cit. Pg. 103.
5 Op. Cit. Pg. 118.
6 Op. Cit. Pg. 118.
7 Op. Cit. Pg. 119.
8 Op. Cit. Pg. 121.
9 Op. Cit. Pg. 121.
10 Op. Cit. Pg. 122.
11 Op. Cit. Pg. 124.
12 Op. Cit. Pg. 131.
13 Op. Cit. Pg. 138.
14 Op. Cit. Pg. 145.
15 Op. Cit. Pg. 159.
16 Op. Cit. Pg. 189.
17 Op. Cit. Pg. 192.
18 Op. Cit. Pg. 195.
19 Op. Cit. Pg. 199.
20 Op. Cit. Pg. 208.
21 Op. Cit. Pg. 215.
22 Op. Cit. Pg. 217.