sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Métodos em Aristóteles.

Trata-se de material usado em sala de aula para Ensino Médio e para preparatório de concursos afim de exemplificar parte do método Aristotélico para diversas áreas da Filosofia. Boa sorte e bons estudos!


Aristóteles – 384 A.C. a 322 A.C:

O método da divisibilidade está em Platão no Diálogo “Sofista”. É aí que nosso autor entende que pode-se chegar a definições de verdades de uma espécie por sucessivas divisões do gênero em que ela estiver contida.

O método platônico da dialética também está baseado na relação de dependência do “mundo das sombras” com o “mundo das idéias”. Uma relação dicotômica que para Aristóteles não deve nos levar a verdade, mas apenas a entendimentos mentais e exercícios da Filosofia.

Aristóteles, portanto, herda de Platão o método da divisibilidade e o aplica na forma como constrói a classificação dos seres e objetos, animados e inanimados.

A lógica para Aristóteles é “Formal” e “Material”:

  • Formal: Preocupa-se com a estrutura do raciocínio. Faz uma relação entre conceitos e símbolos, como letras se comparando a números. É útil na computação e na matemática.

  • Material: Trata-se da aplicação prática da lógica em cada uma das Ciências.

O Silogismo é uma ferramenta da racionalidade do homem para ajudá-lo a chegar a verdade.

Silogismo: “É uma conexão de idéias”. É feito a partir de três propostas de tal modo que se retira a verdade das duas primeiras e uma terceira seria a conclusão.

É importante lembrarmos que a Dedução vem do universal para o particular. E a Indução, do particular para o universal. Quanto ao método indutivo, quanto maior o número de experiências, menor é a incerteza ou o erro. Quanto ao método dedutivo, quanto maior e mais profunda é a análise, a reflexão, a dialética, maior será sua possibilidade de acerto.

"Espécies fixas” versus o Evolucionismo:

No Evolucionismo, uma espécie maior, mais forte e mais preparada, se sobrepõe a uma espécie menos acostumada com as novas mudanças do habitat e deixa de existir. Essa é parte da Teoria das Espécies de Darwin. Para Aristóteles, esse raciocínio seria incompleto. Para ele, o menor ou o menos preparado ou o mais fraco, não poderia dar lugar ao mais forte, ao maior ou ao mais preparado, pois “o mais, não pode vir do menos”. O pai não pode vir do filho, o adulto não pode vir da criança, a árvore não pode vir da semente, não de maneira automática ou ao estalo dos dedos.

O universo para Aristóteles é definido por sua finalidade, entendendo uma finalidade para todos os seres e movimentos da natureza. É por este motivo que ele acreditava que, ao termos como espécies e indivíduos da mesma, funções na sociedade, não poderíamos aceitar a idéia de que a verdade nasça da análise do Universal. A verdade deve nascer da análise do particular. Para o autor, o “telos” (o fim em si ou a finalidade) está presente em todos os seres e no próprio universo: ou seja, tudo tem finalidade.

Teoria Hilemórfica:

Todos os seres ou objetos são formados por co-princípios. Cada ser ou objeto é formado por dois Co-princípios: Existência e Essência.

Existência: É a plenitude do ser. Seu completo desenvolvimento.
Essência: Pode ser classificado sob várias categorias: Em “substância” (algo que é, que existe) ou em “acidente” (algo que será ou existirá), entre outras.

Substância: De uma maneira geral é o próprio indivíduo. Exemplo, João (homem), totô (cachorro), Ana (mulher), etc...

Acidente: É o gênero ou espécie que o sujeito individual pertence. Exemplo: homem, grego, animal, etc.

Toda “substância” se divide em dois outros princípios: “Matéria” e “Forma”.

Matéria: Elementos gerais que nos constituem.
Forma: É o núcleo da nossa essência.

A vida de todo ser é a união destes Co-princípios. A morte seria a separação destes.

Teoria do Ato-Potência:

A “essência” determina a “existência” de cada ser. A “essência” contém a “potência”, que são as características que todo ser pode desenvolver. A “potência”, se desenvolvida, se transforma em “ato”. A “existência” está contida no “ato”.

Por exemplo: uma semente, se bem tratada, pode se desenvolver em uma planta ou árvore. A semente é a “potência” e o desenvolvimento da mesma se tornará árvore que é o “ato”.