Principais Sistemas Políticos e Econômicos1:
Anarquismo:
Sistema econômico e político que não aceita a interferência de
partidos políticos, patrões e da Igreja na organização dos
trabalhadores, seja em seus sindicatos, movimento estudantil,
associações de bairro, entre outras entidades. Pretende a
destruição completa do Estado e do Capitalismo. Através da
autogestão, as pessoas podem assumir e revezar todas as atividades
da sociedade nos locais de convivência humana. As tarefas dos locais
de moradia ou dos locais de trabalho são divididas entre todos. Cada
indivíduo contribui da maneira que puder em acordo comum. O
anarquismo nestes casos acaba sendo a livre associação entre
produtores e consumidores.
Ocorreram experiências do sistema
anarquista na Comuna de Paris em 1871, Revolução Mexicana em 1910,
Revolução Russa em 1917, Revolução Ucraniana em 1919, Revolução
Espanhola em 1936, Revolta dos estudantes em 1968. Também está
presente no atual movimento contra a globalização econômica. Seus
principais teóricos são Proudhon, Bakunin, Kropotkin, Malatesta,
Rudolf Rocker e outros.
Capitalismo:
Sistema que sustenta a desigualdade social através da exploração
de um homem pelo outro. Com as fábricas, campo, comércio e serviços
nas mãos dos patrões, quase todo o trabalho produzido pelos
operários vai para o proprietário. Em troca, os trabalhadores
recebem parte daquilo que produziram; esta parte se chama salário.
No Capitalismo a exploração vinda do Feudalismo se mantém, porém
mais branda pois o homem continua a não ser livre (no capitalismo só
tem liberdade quem tem dinheiro para comprar o que quer) e continua a
não existir igualdade econômica entre todos.
O capitalismo hoje
está presente em todos os países do mundo, seja também na China,
Coréia do Norte e Cuba como Capitalismo de Estado. Seus principais
teóricos e defensores são geralmente os mesmos que defendem o
Liberalismo como modelo econômico ideal para a humanidade.
Comunismo:
Sistema que nasce após uma série de Reformas econômicas e sociais
dentro do Socialismo. O Comunismo é parte da evolução histórica
que acredita-se, o Sistema Socialista irá realizar. Assim como
acontece no anarquismo, no Comunismo, o Estado, as classes sociais e
a propriedade privada dos meios de produção (fábricas, campo,
comércio, serviços e matéria prima), são abolidos.
O que os
diferencia (anarquismo e comunismo) é a forma como serão
construídos os dois sistemas. Um, o anarquismo, através da
organização do povo em sindicatos, movimentos estudantis e
associações de bairro e o Comunismo através da subida do Partido
Político ao poder. Em poucas palavras, um através do uso do Estado
e o outro através da Ação Direta do povo. Pode se dizer que a
experiência de um sistema Comunista nunca tenha acontecido antes. Se
o Comunismo deve nascer depois do Socialismo, significa que em
nenhuma das nações Socialistas, ele chegou a acontecer. Seus
principais teóricos são Marx, Engels, Lênin, Babeuf e outros.
Democracia:
Nascida na antiga Grécia, mais especificamente em Atenas, a
Democracia (demos = povo, cracia = governo) é o sistema mais velho
de todos os 8 que estudamos. É literalmente o Sistema onde o povo
governa (governo do povo). Há uma frase que diz que a “Democracia
é o governo do povo e para o povo”. Mas, com o passar dos séculos,
a Democracia enfrentou crises e hoje, pode-se dizer, é facilmente
manipulável pelos Partidos ricos e pela vontade da grande mídia.
Além do que, depois de mais de 150 anos de Democracia Representativa
funcionando em diversos Estados em todo o mundo, os problemas dos
povos aumentaram, ao invés de diminuírem.
A Democracia está
presente em praticamente todos os Estados Nacionais do mundo. Em
alguns podemos dizer que há regimes instáveis, ora oscilando em
Ditaduras e Democracias Representativas ou em outros como Monarquias
Constitucionais com sufrágio Universal. Ou seja, Direito ao voto.
Seus principais teóricos são Montesquieu, Rousseau, Tocqueville,
John Rawls e outros.
Fascismo:
Sistema Político que nasce na Itália em 1919, através de Benito
Mussolini. A história deste regime está ligada a antigos movimentos
italianos em fins do século XIX e começo do século XX que lutaram
pela fundação da República Italiana. Acreditavam que o indivíduo
só se realizava dentro do Estado, ou seja, a parte somente estaria
plena em direitos e deveres na existência do Estado e dentro do
mesmo. Há uma clara discordância das noções de sociedade que o
anarquismo e o comunismo compartilham. Para os Comunistas e
Anarquistas, o Estado aniquilava a liberdade do indivíduo. Para os
fascistas é ele (o Estado) quem salva o indivíduo.
Os fascistas
também não aceitavam as “liberdades” que o liberalismo
designava ao homem, seja ela religiosa, política e de se defender da
opressão dos Governos. A centralização do poder em torno de uma
figura ditatorial também era regra clara no regime fascista. Estava
presente na Itália de 1922 a 1943, na Espanha de 1939 a 1976, em
Portugal de Salazar, na Argentina de Perón, no Brasil com Getúlio
Vargas durante o Estado Novo (1937-1945), no Japão durante a 2º
Guerra Mundial.
Liberalismo:
O Liberalismo é a fonte inspiradora e o espírito que abrirá
caminho para o desenvolvimento do sistema capitalista a partir de
meados do século XVIII, inicialmente na Inglaterra e depois na
Alemanha. O Liberalismo é filho do Iluminismo que nasce num momento
em que o mundo tenta se libertar das garras da Igreja Católica que
durante a Inquisição, na Idade Média, mandava matar quaisquer
pessoas que ousassem criticar ou duvidar das ordens do Papa e das
próprias regras da Igreja. Portanto o Liberalismo nasce da
necessidade de se lutar contra as opressões dos Reis, da falta de
liberdade religiosa e da Ciência, por liberdades políticas. São
estas liberdades que vão dar assas para que os Burgueses possam
multiplicar seus negócios e assim expandir o regime mercantilista
que a época vigorava em toda a Europa.
É importante ressaltar que as raízes do Liberalismo são contrárias as propostas do fascismo. São os Liberais e a Modernidade os responsáveis pela criação dos direitos humanos e posteriormente dos primeiros direitos civis. Ou seja, a liberdade individual é a base do Liberal, enquanto que para o Fascista ela não existe. O Liberalismo hoje está
presente em muitos países onde o capitalismo conseguiu expandir a
Indústria e estabelecer seus negócios. Está presente naquelas
nações que não tem empecilhos para o livre desenvolvimento do
comércio, ou seja, onde o Estado não interfira tanto na Economia a
ponto de tomar conta de toda ela, como nos Países Desenvolvidos de
1º Mundo: EUA, Suécia, Suíça, Inglaterra, Alemanha, França,
Itália, Espanha, Portugal, Japão, Holanda, Canadá, Bélgica e nos
Países Sub-Desenvolvidos de 2º e 3º Mundo tais como: Rússia,
Brasil, Argentina, África do Sul, México, etc. Seus principais
teóricos são Adam Smith, Ricardo, Petty e outros.
Nazismo:
Assim como no fascismo, o Nazismo também entendia a necessidade do
líder supremo como o ‘condutor’ ou o ‘guia’ para comandar a
nação. A expressão nazismo é uma redução das palavras nacional
(em alemão) e socialismo também em alemão (Nationalsozialistische
Deutsche Arbeiterpartei ou Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães).
O Partido Nazista utilizava a sigla NSDAP. Pelo menos em princípio,
o nazismo se diferenciava do fascismo porque este último não
aceitava o racismo e as teorias anti-semitas que Hitler expressava.
Através de diversos cálculos realizados por pesquisadores e pelas
descobertas de ossadas em diversos campos de concentração em
diversas valas comuns, foram encontrados cerca de 6 milhões de
restos mortais de pessoas que poderiam ser judeus, anarquistas,
comunistas, socialistas e outras minorias étnicas, raciais ou
políticas. Porém, estima-se que o nazismo possa ter sido responsável pela morte de mais de 60 milhões de pessoas em toda a Europa.
Os Nazistas tinham uma política de higienização
forçada na sociedade, ou seja, todos os demais povos ou minorias
étnicas deveriam ser exterminadas com o fim de se manter a raça
alemã (e os povos arianos) pura do ponto de vista genético e
estético. Oficialmente, o sistema Nazista entrou em funcionamento
somente na Alemanha de 1933 até 1945, com o fim da II Guerra
Mundial.
Socialismo:
Antes de mais nada é importante sabermos que o Socialismo não pode
ser comparado somente a uma única experiência ou somente a um único
Socialismo. Em outras palavras, existem vários Socialismos. Este é
um Sistema político e econômico que defende também o fim da
propriedade privada dos meios de produção (ou seja, que as
fábricas, campo, comércio, serviços e a matéria prima deixem de
estar nas mãos dos ricos) além do fim da exploração do homem pelo
homem.
Acreditam os Socialistas (aqueles ligados as diversas
correntes do Marxismo), que assumindo o controle do Estado, podem
fazer estas reformas e caminhar para o Sistema Comunista (onde a
existência do Estado não se faz mais necessária). Porém, as
experiências na antiga URSS mostraram que quem quer que suba ao
poder, jamais vai querer deixá-lo. Ou seja, por mais revolucionário
e sincero que seja o operário que vai nos governar, o poder
corromperá não somente a ele, mas todos a sua volta e o impedirá
de fazer as Reformas que desembocarão na sociedade Comunista. É por
isso que jamais o Socialismo conseguiu continuar para sua próxima
etapa, o Comunismo.
Alguns estudiosos dizem que o Socialismo ocorreu
na Rússia em 1917 até 1990, em Cuba a partir de 1959, China de 1946
até hoje, Vietnã, Angola, Coréia do Norte etc. Mas o que se viu
nestas experiências foram grandes ditaduras de Partidos únicos
tentando se manter no poder em nome da Ditadura do povo sobre o povo,
mais popularmente chamada de Ditadura do Proletariado. Na verdade,
hoje podemos dizer que o que ocorreu na URSS e nestes outros países
(mesmo que houvessem algumas melhorias sociais) foram uma grande
traição ao verdadeiro Socialismo. Seus principais teóricos são
Marx, Engels, Lênin, Trotsky, Mao Tsé-tung e outros.
1
Por Professor Fernando Monteiro. Cientista Social formado pela
PUC-SP com licenciatura plena e bacharelado em Ciências Sociais,
além de especialização e mestrado em Filosofia.