segunda-feira, 27 de março de 2017

De forma resumida, algumas características dos principais sistemas políticos e econômicos da atualidade:


Principais Sistemas Políticos e Econômicos1:


Anarquismo: Sistema econômico e político que não aceita a interferência de partidos políticos, patrões e da Igreja na organização dos trabalhadores, seja em seus sindicatos, movimento estudantil, associações de bairro, entre outras entidades. Pretende a destruição completa do Estado e do Capitalismo. Através da autogestão, as pessoas podem assumir e revezar todas as atividades da sociedade nos locais de convivência humana. As tarefas dos locais de moradia ou dos locais de trabalho são divididas entre todos. Cada indivíduo contribui da maneira que puder em acordo comum. O anarquismo nestes casos acaba sendo a livre associação entre produtores e consumidores. 

Ocorreram experiências do sistema anarquista na Comuna de Paris em 1871, Revolução Mexicana em 1910, Revolução Russa em 1917, Revolução Ucraniana em 1919, Revolução Espanhola em 1936, Revolta dos estudantes em 1968. Também está presente no atual movimento contra a globalização econômica. Seus principais teóricos são Proudhon, Bakunin, Kropotkin, Malatesta, Rudolf Rocker e outros.

Capitalismo: Sistema que sustenta a desigualdade social através da exploração de um homem pelo outro. Com as fábricas, campo, comércio e serviços nas mãos dos patrões, quase todo o trabalho produzido pelos operários vai para o proprietário. Em troca, os trabalhadores recebem parte daquilo que produziram; esta parte se chama salário. No Capitalismo a exploração vinda do Feudalismo se mantém, porém mais branda pois o homem continua a não ser livre (no capitalismo só tem liberdade quem tem dinheiro para comprar o que quer) e continua a não existir igualdade econômica entre todos. 

O capitalismo hoje está presente em todos os países do mundo, seja também na China, Coréia do Norte e Cuba como Capitalismo de Estado. Seus principais teóricos e defensores são geralmente os mesmos que defendem o Liberalismo como modelo econômico ideal para a humanidade.

Comunismo: Sistema que nasce após uma série de Reformas econômicas e sociais dentro do Socialismo. O Comunismo é parte da evolução histórica que acredita-se, o Sistema Socialista irá realizar. Assim como acontece no anarquismo, no Comunismo, o Estado, as classes sociais e a propriedade privada dos meios de produção (fábricas, campo, comércio, serviços e matéria prima), são abolidos. 

O que os diferencia (anarquismo e comunismo) é a forma como serão construídos os dois sistemas. Um, o anarquismo, através da organização do povo em sindicatos, movimentos estudantis e associações de bairro e o Comunismo através da subida do Partido Político ao poder. Em poucas palavras, um através do uso do Estado e o outro através da Ação Direta do povo. Pode se dizer que a experiência de um sistema Comunista nunca tenha acontecido antes. Se o Comunismo deve nascer depois do Socialismo, significa que em nenhuma das nações Socialistas, ele chegou a acontecer. Seus principais teóricos são Marx, Engels, Lênin, Babeuf e outros.

Democracia: Nascida na antiga Grécia, mais especificamente em Atenas, a Democracia (demos = povo, cracia = governo) é o sistema mais velho de todos os 8 que estudamos. É literalmente o Sistema onde o povo governa (governo do povo). Há uma frase que diz que a “Democracia é o governo do povo e para o povo”. Mas, com o passar dos séculos, a Democracia enfrentou crises e hoje, pode-se dizer, é facilmente manipulável pelos Partidos ricos e pela vontade da grande mídia. Além do que, depois de mais de 150 anos de Democracia Representativa funcionando em diversos Estados em todo o mundo, os problemas dos povos aumentaram, ao invés de diminuírem. 

A Democracia está presente em praticamente todos os Estados Nacionais do mundo. Em alguns podemos dizer que há regimes instáveis, ora oscilando em Ditaduras e Democracias Representativas ou em outros como Monarquias Constitucionais com sufrágio Universal. Ou seja, Direito ao voto. Seus principais teóricos são Montesquieu, Rousseau, Tocqueville, John Rawls e outros.

Fascismo: Sistema Político que nasce na Itália em 1919, através de Benito Mussolini. A história deste regime está ligada a antigos movimentos italianos em fins do século XIX e começo do século XX que lutaram pela fundação da República Italiana. Acreditavam que o indivíduo só se realizava dentro do Estado, ou seja, a parte somente estaria plena em direitos e deveres na existência do Estado e dentro do mesmo. Há uma clara discordância das noções de sociedade que o anarquismo e o comunismo compartilham. Para os Comunistas e Anarquistas, o Estado aniquilava a liberdade do indivíduo. Para os fascistas é ele (o Estado) quem salva o indivíduo. 

Os fascistas também não aceitavam as “liberdades” que o liberalismo designava ao homem, seja ela religiosa, política e de se defender da opressão dos Governos. A centralização do poder em torno de uma figura ditatorial também era regra clara no regime fascista. Estava presente na Itália de 1922 a 1943, na Espanha de 1939 a 1976, em Portugal de Salazar, na Argentina de Perón, no Brasil com Getúlio Vargas durante o Estado Novo (1937-1945), no Japão durante a 2º Guerra Mundial.

Liberalismo: O Liberalismo é a fonte inspiradora e o espírito que abrirá caminho para o desenvolvimento do sistema capitalista a partir de meados do século XVIII, inicialmente na Inglaterra e depois na Alemanha. O Liberalismo é filho do Iluminismo que nasce num momento em que o mundo tenta se libertar das garras da Igreja Católica que durante a Inquisição, na Idade Média, mandava matar quaisquer pessoas que ousassem criticar ou duvidar das ordens do Papa e das próprias regras da Igreja. Portanto o Liberalismo nasce da necessidade de se lutar contra as opressões dos Reis, da falta de liberdade religiosa e da Ciência, por liberdades políticas. São estas liberdades que vão dar assas para que os Burgueses possam multiplicar seus negócios e assim expandir o regime mercantilista que a época vigorava em toda a Europa. 

É importante ressaltar que as raízes do Liberalismo são contrárias as propostas do fascismo. São os Liberais e a Modernidade os responsáveis pela criação dos direitos humanos e posteriormente dos primeiros direitos civis. Ou seja, a liberdade individual é a base do Liberal, enquanto que para o Fascista ela não existe. O Liberalismo hoje está presente em muitos países onde o capitalismo conseguiu expandir a Indústria e estabelecer seus negócios. Está presente naquelas nações que não tem empecilhos para o livre desenvolvimento do comércio, ou seja, onde o Estado não interfira tanto na Economia a ponto de tomar conta de toda ela, como nos Países Desenvolvidos de 1º Mundo: EUA, Suécia, Suíça, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Japão, Holanda, Canadá, Bélgica e nos Países Sub-Desenvolvidos de 2º e 3º Mundo tais como: Rússia, Brasil, Argentina, África do Sul, México, etc. Seus principais teóricos são Adam Smith, Ricardo, Petty e outros.

Nazismo: Assim como no fascismo, o Nazismo também entendia a necessidade do líder supremo como o ‘condutor’ ou o ‘guia’ para comandar a nação. A expressão nazismo é uma redução das palavras nacional (em alemão) e socialismo também em alemão (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães). O Partido Nazista utilizava a sigla NSDAP. Pelo menos em princípio, o nazismo se diferenciava do fascismo porque este último não aceitava o racismo e as teorias anti-semitas que Hitler expressava. Através de diversos cálculos realizados por pesquisadores e pelas descobertas de ossadas em diversos campos de concentração em diversas valas comuns, foram encontrados cerca de 6 milhões de restos mortais de pessoas que poderiam ser judeus, anarquistas, comunistas, socialistas e outras minorias étnicas, raciais ou políticas. Porém, estima-se que o nazismo possa ter sido responsável pela morte de mais de 60 milhões de pessoas em toda a Europa.

Os Nazistas tinham uma política de higienização forçada na sociedade, ou seja, todos os demais povos ou minorias étnicas deveriam ser exterminadas com o fim de se manter a raça alemã (e os povos arianos) pura do ponto de vista genético e estético. Oficialmente, o sistema Nazista entrou em funcionamento somente na Alemanha de 1933 até 1945, com o fim da II Guerra Mundial.

Socialismo: Antes de mais nada é importante sabermos que o Socialismo não pode ser comparado somente a uma única experiência ou somente a um único Socialismo. Em outras palavras, existem vários Socialismos. Este é um Sistema político e econômico que defende também o fim da propriedade privada dos meios de produção (ou seja, que as fábricas, campo, comércio, serviços e a matéria prima deixem de estar nas mãos dos ricos) além do fim da exploração do homem pelo homem. 

Acreditam os Socialistas (aqueles ligados as diversas correntes do Marxismo), que assumindo o controle do Estado, podem fazer estas reformas e caminhar para o Sistema Comunista (onde a existência do Estado não se faz mais necessária). Porém, as experiências na antiga URSS mostraram que quem quer que suba ao poder, jamais vai querer deixá-lo. Ou seja, por mais revolucionário e sincero que seja o operário que vai nos governar, o poder corromperá não somente a ele, mas todos a sua volta e o impedirá de fazer as Reformas que desembocarão na sociedade Comunista. É por isso que jamais o Socialismo conseguiu continuar para sua próxima etapa, o Comunismo. 

Alguns estudiosos dizem que o Socialismo ocorreu na Rússia em 1917 até 1990, em Cuba a partir de 1959, China de 1946 até hoje, Vietnã, Angola, Coréia do Norte etc. Mas o que se viu nestas experiências foram grandes ditaduras de Partidos únicos tentando se manter no poder em nome da Ditadura do povo sobre o povo, mais popularmente chamada de Ditadura do Proletariado. Na verdade, hoje podemos dizer que o que ocorreu na URSS e nestes outros países (mesmo que houvessem algumas melhorias sociais) foram uma grande traição ao verdadeiro Socialismo. Seus principais teóricos são Marx, Engels, Lênin, Trotsky, Mao Tsé-tung e outros.

1 Por Professor Fernando Monteiro. Cientista Social formado pela PUC-SP com licenciatura plena e bacharelado em Ciências Sociais, além de especialização e mestrado em Filosofia.