domingo, 19 de fevereiro de 2017

Conceitos básicos (e resumidos) da Sociologia e de outras Ciências Humanas também.

Conceitos básicos da Sociologia[1]:

Alienação: Estado psico-social em que a maior parte das populações mundiais se encontra. Podem estar relacionados a falta de espaço para tomada de decisão por parte dos trabalhadores em seus locais de trabalho; pode ser relacionada a desatenção da população, como se estivesse num estado de “embriaguez social” em que se encontra as pessoas; alienação também pode estar relacionado as ações consumistas das pessoas sem se perguntarem ao menos se precisarão ou não dos produtos que estão comprando; a alienação também é ausência de senso crítico das populações em relação ao imperialismo cultural que recaí sobre todos através da indústria cultural de massas, etc.
                                
Assembleia: Reunião de várias pessoas em local público ou não para tratar de assuntos dos quais interessa a todos os convidados, afim de deliberar sobre assunto do interesse de todos.

Auto-gestão: Sistema de organização das atividades sociais, desenvolvido mediante a cooperação de várias pessoas onde as decisões são tomadas diretamente por todos aqueles que participam.

Autoridade: Vem da palavra Auctoritas do latim. É uma expressão criada pelos Romanos para designar o poder de um ou mais indivíduos relacionado a força do Estado. Hoje o conceito é amplamente utilizado para designar a representação de poder em todo e qualquer local de convívio humano, ex: Escolas, Igrejas, Universidades, fábricas, trânsito, etc...

Burguesia: Historicamente a palavra está associada aos moradores dos Burgos, que eram as cidades na Idade Media. Porém, com o passar do tempo, tornou-se o significado da classe social que detêm o controle dos meios de produção (fábricas, serviços, campo, matéria prima) explorando o trabalho de outros indivíduos para enriquecer.

Burocracia: Progressiva rigidez e dificuldade do aparelho de Estado em atender os anseios e necessidades mínimas da população, muitas vezes dificultado o acesso das mesmas a tais serviços. O termo também pode ser usado para designar a excessiva quantidade de empecilhos utilizados dentro da estrutura de um Partido Político ou outra Instituição de poder como a Polícia, Exército, Igreja, Escola, Universidade para se alterar regras, leis, estatutos, decretos e outros.

Capital: É o termo utilizado para designar a concentração de riquezas, seja financeira ou material. Também é utilizado para representar o lado dos mais fortes ou o lado dos capitalistas na sociedade. Pois são os capitalistas a classe dominante dentro deste sistema do qual vivemos.

Ideologia: É um instrumento da classe dominante para manter alienado os trabalhadores e desenvolver nos mesmos comportamentos e pensamentos típicos daqueles que dominam a sociedade. Porém a Ideologia também pode ser contrária ao pensamento dominante e se tornar revolucionária, quando se pretende combater tais ensinamentos. A dominação econômica, política e cultural no século XX em diante, não ocorreria tão facilmente sem que as ferramentas que propagam a Ideologia estivessem tão sofisticadas e presentes em todo o cotidiano das pessoas, seja na obra de arte, na mídia, na escola e em todas as Instituições de nossa sociedade, sempre com o intuito de manter o controle social.

Mais Valia: Conceito econômico dado a diferença do valor da produção realizada pelo empregado e o valor do salário que foi pago ao mesmo. Existem duas formas de mais valia: a absoluta e a relativa.
Mais Valia Absoluta: Aumentar a jornada de trabalho, mantendo o mesmo salário.
Mais Valia Relativa: Ampliar a produção via novas técnicas de trabalho ou através da mecanização, robótica, etc.

Para o anarquista Proudhon, a propriedade é gerada através da exploração e da mais valia, portanto é fruto do roubo.

Modo de Produção: É a forma como uma determinada sociedade se apropria das riquezas geradas pela sua própria produção. Exemplo:

ü  Modo de produção Capitalista: é o capitalista (patrão) que se apropria da riqueza criada pelo operário (ou proletário), devolvendo ao mesmo apenas uma pequena quantia em dinheiro referente a mercadoria produzida.
ü  Modo de produção Feudal: é o senhor feudal quem fica com a produção (geralmente agrícola). Em troca, o camponês recebe somente o suficiente para comer e plantar para safra seguinte. Nunca consegue o excedente. O que o mantém refém do proprietário da terra que é o Senhor Feudal.
ü  Modo de produção Escravagista: é o senhor dos escravos que fica com toda a riqueza gerada sem dar nada aos escravos. Apenas a refeição básica para mantê-lo vivo e suportar o trabalho pesado nas lavouras ou minas.
ü  Modo de produção Comunista: é a comunidade quem deve decidir quanto cada um dos produtores (que são os trabalhadores) ficam com aquilo que produziram. Geralmente o excedente da produção é trocado ou comercializado com outros trabalhadores.

Meios de Produção: São os meios pelos quais a sociedade irá gerar a riqueza que necessita. Por exemplo, as fábricas, oficinas, os serviços, o campo e toda a matéria prima necessária para a produção da riqueza.

Estado: Estado é a Instituição que teoricamente cuida ou zela pela ordem e que evita a “guerra de todos contra todos”. O Estado é comandado pelos governos que são temporários. Existem várias definições do que vem a ser o Estado e outras muitas sobre suas responsabilidades e deveres. Resumidamente citaremos algumas:
Marx: O Estado é o comitê executivo da classe dominante. Para Marx, o Estado tem por função manter a riqueza concentrada nas mãos de uma única classe social: a burguesia.
Weber: O Estado é a única Instituição em nossa sociedade que possui o “monopólio do uso da força”. Weber está se embasando na noção de um Estado que deve manter a ordem e evitar o caos.
Durkheim: O Estado é o redentor do indivíduo e assegurador de sua liberdade. Deve ser um orgão da moralidade e da reflexão pública. O Estado deve ser exemplar. Deve também manter a ordem e o progresso e evitar a desordem.

O Estado também pode ser definido como Instituição político, militar e ideológica que tem por objetivo manter os privilégios de uma classe social (burguesia) sobre a outra classe social (proletariado), obrigando os povos a manterem-se calados diante da força, impedindo toda e qualquer manifestação em contrariedade aos poderes estabelecidos.

Luta de Classes: Processo que ocorre no interior das sociedades humanas desde as primeiras organizações sociais. Está baseado no conflito de uma classe economicamente inferior (ou subalterna) a outra classe economicamente mais forte, pois é detentora da riqueza ou dos meios que criam a riqueza (fábricas, campo, comércio, etc). É o processo da luta de classes que move a humanidade desde o princípio a avançar e melhorar suas relações sociais. Por exemplo: escravos versus senhor de escravos, camponês versus o senhor feudal, patrão versus operário, entre outros.

Gênero: Gênero refere-se às diferenças entre homens e mulheres. Ainda que gênero seja usado como sinônimo de sexo, nas ciências sociais refere-se às diferenças sociais. Historicamente, o feminismo posicionou os papéis de gênero como construídos socialmente, independente de qualquer base biológica.

Trabalho: Nasce da palavra tripalium (do Latim), que quer dizer “três paus”. Era um instrumento de trabalho de camponeses que posteriormente foi utilizado como ferramenta de tortura. Trabalho pode ser dividido em material e não material. Trabalho Produtivo e Não Produtivo. Trabalho também é a força dispensada sobre uma determinada matéria prima afim de transformá-la em objeto de utilidade social. É o trabalho quem cria a riqueza de toda e qualquer sociedade em todo e qualquer tempo.

Sindicalismo: É o movimento social de associação de trabalhadores assalariados para a proteção dos seus interesses. Ao mesmo tempo, é também uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da sociedade. Alguns Sindicalistas pensam no Sindicato como célula para a futura sociedade.

Classe Social: Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critério econômico. Segundo algumas escolas da Sociologia, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes.

Revolução: É uma ruptura do sistema político, econômico, jurídico, social e cultural vigente, com a sub-seqüente formação de um novo sistema. Revoluções geralmente são feitas quando os caminhos pelos quais uma sociedade pode se desenvolver estão bloqueados ou já não possuem mais legitimidade perante o povo para serem utilizados.

Política: Derivada da palavra polis, do grego (politikós) que significa tudo aquilo que está ligado a urgência das cidades, sendo o público, privado e o social. O termo se populariza com a obra “Política” de Aristóteles. Quando trata-se da Ciência, é aquela que cuida das questões relativas ao comando do Estado e de suas relações internas ou com a sociedade ou do contrário também, quando a sociedade se organiza contra o mesmo. É a Ciência do Governo dos povos.

Proletariado: O nome vem de prole, ou seja, aquele que tem vários filhos. Na Sociologia o termo é utilizado para definir a classe social daqueles indivíduos que tem que vender sua força de trabalho para a burguesia para sobreviver. São os trabalhadores. Cidadão pobre. Pertencente a última classe do povo entre os Romanos.





[1] Texto do Professor Fernando Monteiro. Formado em Ciências Sociais, com bacharelado e licenciatura pela PUC-SP (2007). Além de especialização em Filosofia pela UGF (2012) e Mestrado também em Filosofia pela PUC-SP (2014).