sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Epicuro e a felicidade.


Epicuro – 341 a 270 AC:

Este pequeno resumo é um relato mais detalhado do documentário “Epicuro e a Felicidade” dirigido pelo Filósofo Allain de Bottom.

Publicou mais de 300 livros, mas muitos se perderam. Foram graças aos hábitos e costumes de comunidades antigas no atual território da Turquia (antigo território da Grécia), que se guardou o pouco que se sabe deste notável Filósofo. Oenoanda, cidade que guardou tais resquícios da obra de Epicuro chegou a ter uma Ágora, um grande Mercado e boa infra-estrutura para boa qualidade de vida das pessoas. Vivia nesta cidade, um seguidor de sua obra, Diógenes de Oenoanda que mandou construir em frente ao Mercado, no ano de 120 depois de Cristo, um grande mural com os principais dizeres e argumentos da obra de Epicuro. Infelizmente este grande paredão se desmoronou num terremoto onde sobraram cerca de 200 fragmentos do mesmo.

Epicuro é considerado o pai da Filosofia da Felicidade. Ele gostava de bebidas, comida simples, porém de boa qualidade, muita diversão e achava tudo isso normal e positivo. Porém Epicuro era uma pessoa humilde, não apegada a bens materiais e de hábitos simples, sem ostentações com roupas, riquezas e outras. A felicidade estaria nas coisas simples da vida.

Para ele, não somos felizes porque não entendemos direito as nossas necessidades e por isso somos presas fáceis da sociedade de consumo.

Ter amigos em todos os instantes da vida era uma receita para ser feliz. Jamais Epicuro seria visto comendo sozinho. O hábito de comer, para o homem, era coletivo. Apenas leões ou lobos se alimentam solitariamente. Isto é um diferencial com o resto dos animais. “Antes de beber ou comer qualquer coisa, pense em companhia de quem você vai fazer isso, mais do que vai comer ou beber. Alimentar-se sem um amigo é para leões ou lobos.” Esta era, para nosso Filósofo, a primeira receita para ser feliz.

O segundo segredo para se alcançar a felicidade era cultivar a liberdade. Ser livre era ter independência financeira sem precisar de chefes tirânicos para conseguir renda. Não importava para ele ter muito dinheiro. É por isso que Epicuro se muda da cidade para o campo e funda uma espécie de comunidade alternativa, cultivando e colhendo da terra quase tudo o que precisava.

Havia também um terceiro ingrediente para ser feliz: ter ou levar uma vida bem analisada ou bem pensada e preparada. Ele se referia a ter um tempo para se fazer uma reflexão da vida e dos problemas que nos atingem e estão presentes em toda a sociedade. Assim, por exemplo, nossas ansiedades diminuiriam se tivéssemos tempo para pensar nelas. Podemos elaborar um gráfico, pensando na relação dinheiro versus felicidade:

Felicidade. 01




02


Dinheiro.


Situação 01:

Se você tem um pouco de dinheiro, amigos e tempo para pensar, analisar e resolver os problemas da vida, sua felicidade será alta independente do aumento da sua renda.

Situação 02:

Agora, se você não tem amigos e não tem liberdade e nem tempo para reflexão, você pode até ter muito dinheiro, mas jamais será feliz.

A grande pergunta que se faz diante do raciocínio de Epicuro é: sabendo de tudo isso, porque as pessoas ainda não são felizes? Epicuro culpava a publicidade. Para nosso Filósofo, devemos usar a mesma estratégia da propaganda sobre as pessoas para evitar o consumo desnecessário. Estudando, lendo e relendo a Filosofia e os lembretes da mesma sobre o consumo e a necessidade de uma vida simples e bem analisada. Seria o suficiente para evitar o consumismo e ajudar as pessoas a serem felizes.

Epicuro foi tratado como Filósofo Hedonista durante muito tempo. Ou seja, aqueles que só pensavam em se banquetear e aproveitar os prazeres da vida. Porém, a Filosofia deste homem estava longe desta prática. Dizia ele, “Bebidas e comidas sofisticadas, não afastam o mal.” E outra como, “A riqueza além do necessário é inútil, como um vaso que transborda. O valor verdadeiro não é gerado por teatros, bares, perfumes e ungüentos, mas pela Filosofia.”

Talvez fosse também, quase impossível, pensar que a receita de três regras para a felicidade desse resultado para a maioria das pessoas. Mas uma coisa ele conseguiu provar: a felicidade não é uma simples questão financeira.