Epicuro –
341 a 270 AC:
Este pequeno resumo é um relato mais detalhado do documentário
“Epicuro e a Felicidade” dirigido pelo Filósofo Allain de
Bottom.
Publicou mais de 300
livros, mas muitos se perderam. Foram graças aos hábitos e costumes
de comunidades antigas no atual território da Turquia (antigo
território da Grécia), que se guardou o pouco que se sabe deste
notável Filósofo. Oenoanda, cidade que guardou tais resquícios da
obra de Epicuro chegou a ter uma Ágora, um grande Mercado e boa
infra-estrutura para boa qualidade de vida das pessoas. Vivia nesta
cidade, um seguidor de sua obra, Diógenes de Oenoanda que mandou
construir em frente ao Mercado, no ano de 120 depois de Cristo, um
grande mural com os principais dizeres e argumentos da obra de
Epicuro. Infelizmente este grande paredão se desmoronou num
terremoto onde sobraram cerca de 200 fragmentos do mesmo.
Epicuro é
considerado o pai da Filosofia da Felicidade. Ele gostava de bebidas,
comida simples, porém de boa qualidade, muita diversão e achava
tudo isso normal e positivo. Porém Epicuro era uma pessoa humilde,
não apegada a bens materiais e de hábitos simples, sem ostentações
com roupas, riquezas e outras. A felicidade estaria nas coisas
simples da vida.
Para ele, não somos
felizes porque não entendemos direito as nossas necessidades e por
isso somos presas fáceis da sociedade de consumo.
Ter amigos em todos
os instantes da vida era uma receita para ser feliz. Jamais Epicuro
seria visto comendo sozinho. O hábito de comer, para o homem, era
coletivo. Apenas leões ou lobos se alimentam solitariamente. Isto é
um diferencial com o resto dos animais. “Antes de beber ou comer
qualquer coisa, pense em companhia de quem você vai fazer isso, mais
do que vai comer ou beber. Alimentar-se sem um amigo é para leões
ou lobos.” Esta era, para nosso Filósofo, a primeira receita para
ser feliz.
O segundo segredo
para se alcançar a felicidade era cultivar a liberdade. Ser livre
era ter independência financeira sem precisar de chefes tirânicos
para conseguir renda. Não importava para ele ter muito dinheiro. É
por isso que Epicuro se muda da cidade para o campo e funda uma
espécie de comunidade alternativa, cultivando e colhendo da terra
quase tudo o que precisava.
Havia também um
terceiro ingrediente para ser feliz: ter ou levar uma vida bem
analisada ou bem pensada e preparada. Ele se referia a ter um tempo
para se fazer uma reflexão da vida e dos problemas que nos atingem e
estão presentes em toda a sociedade. Assim, por exemplo, nossas
ansiedades diminuiriam se tivéssemos tempo para pensar nelas.
Podemos elaborar um gráfico, pensando na relação dinheiro versus
felicidade:
Felicidade.
01
02
Dinheiro.
Situação 01:
Se você tem um
pouco de dinheiro, amigos e tempo para pensar, analisar e resolver os
problemas da vida, sua felicidade será alta independente do aumento
da sua renda.
Situação 02:
Agora, se você não
tem amigos e não tem liberdade e nem tempo para reflexão, você
pode até ter muito dinheiro, mas jamais será feliz.
A grande pergunta
que se faz diante do raciocínio de Epicuro é: sabendo de tudo isso,
porque as pessoas ainda não são felizes? Epicuro culpava a
publicidade. Para nosso Filósofo, devemos usar a mesma estratégia
da propaganda sobre as pessoas para evitar o consumo desnecessário.
Estudando, lendo e relendo a Filosofia e os lembretes da mesma sobre
o consumo e a necessidade de uma vida simples e bem analisada. Seria
o suficiente para evitar o consumismo e ajudar as pessoas a serem
felizes.
Epicuro foi tratado
como Filósofo Hedonista durante muito tempo. Ou seja, aqueles que só
pensavam em se banquetear e aproveitar os prazeres da vida. Porém, a
Filosofia deste homem estava longe desta prática. Dizia ele,
“Bebidas e comidas sofisticadas, não afastam o mal.” E outra
como, “A riqueza além do necessário é inútil, como um vaso que
transborda. O valor verdadeiro não é gerado por teatros, bares,
perfumes e ungüentos, mas pela Filosofia.”
Talvez fosse também,
quase impossível, pensar que a receita de três regras para a
felicidade desse resultado para a maioria das pessoas. Mas uma coisa
ele conseguiu provar: a felicidade não é uma simples questão
financeira.