Aristóteles – 384 A.C. a 322 A.C
Nascido na cidade de Estagira, com cerca de
18 anos, chega a Academia de Platão em Atenas onde inicia seus
estudos formalmente. A visão objetivista
ou finalista
neste autor é a grande influência para Darwin no desenvolvimento do
Evolucionismo
e na Teoria das Espécies. Aristóteles foi influenciado por
Anáxagoras de Clazômenas, que acreditava que o Universo era formado
pelo arquétipo “Nous” que do grego seria o espírito ou mente ou
a inteligência. Anáxagoras acreditava que Nous germinaria cada uma
das sementes e que estas resultariam nas matérias presentes no nosso
Universo e que estas dariam origem ao “Mundo das Sombras” (apesar
de Aristóteles não trabalhar com essa dicotomia entre os dois
“Mundos”). Portanto para este Filósofo Pré-Socrático, cada uma
das sementes que criaria a matéria tinha sua função no
desenvolvimento do mundo e do Universo. Aristóteles segue a mesma
técnica e raciocínio, sempre designando a seus objetos de estudo
objetivos próprios em seus meios. Este modo de se enxergar a
realidade, baseado em finalidades próprias (ou objetivos próprios)
de cada ser ou objeto, é baseado na idéia de que é a finalidade
dos seres que determinam o que eles são ou viriam a ser.
Tanto Anáxagoras quanto Empédocles de
Agrigento são considerados Filósofos Evolucionistas, ao contrário
de Aristóteles, que não aceita
Leis Gerais da História ou da Biologia
e sim acredita na Particularidade
que todo ser e objeto a ser estudado traz de informações
importantes de si mesmo. É importante não confundir particularidade
com opinião pessoal e relativismo da opinião pessoal. Ao se buscar
a verdade no particular, ao invés de buscar no todo, Aristóteles
acreditava que podia colher informações das espécies ou objetos
estudados, retirando da parte (ao invés do todo) as conclusões que
precisa.
A existência de Causa para a vida do
objeto ou do ser está ligada a sua finalidade. Ou seja, a causa está
ligada ao fim (função ou objetivo) do objeto ou do ser em questão.
A Causa para Aristóteles é tudo aquilo que contribui para a
realidade de um ser. São 4 os tipos de causa para nosso autor:
material, formal, final e eficiente. A Causa Material tratava da
substância que compunha um determinado material. A Causa Formal é a
que define um objeto ou ser. A Causa Final é aquilo que resulta o
ser ou o objeto e a Eficiente, é o agente que cria os objetos, o
homem e o resultado de seu trabalho.
Aristóteles fez a catalogação
de muitas espécies da flora e da fauna. O modo da divisão dos
animais até hoje é plenamente utilizado pela Biologia. Esta índole
classificatória
está presente em toda sua obra. Aristóteles também foi responsável
pela organização, crítica e análise de quase dois Séculos de
Filosofia Grega que o antecederam, dos Pré-Socráticos, aos
Sofistas, Sócrates, Platão e da Filosofia Oriental. Sua obra é
responsável pela criação da primeira Enciclopédia na história do
mundo Ocidental.
O método de Aristóteles é definido pela
divisibilidade,
ou seja, para se chegar a verdade, ele pretendia que o objeto a ser
estudado pudesse ser dividido em quantas partes fosse necessário
para obter deste o conhecimento que se pudesse extrair do mesmo.
Podemos dizer que o método de Sócrates foi a Maiêutica, de Platão,
a Dialética ou a arte do diálogo e do convencimento presente em
muitas de suas obras (influencia direta de Sócrates). Em
Aristóteles, sua principal ferramenta era a Lógica
ou Analítica
como era chamado por ele.
Apesar da grandiosidade de sua sabedoria,
Aristóteles, assim como Platão e Sócrates (estes dois últimos, ao
defenderem a Instituição da escravidão), não conseguiram como
homens de suas épocas saltar diante dos preconceitos e do injusto
sistema social que os cercava. Aristóteles não concordava com a
fusão da Civilização Oriental e Grega, tal como queria o Rei
Alexandre, o Grande, príncipe da Macedônia. Chamava os diversos
povos Orientais de Bárbaros, algo não muito diferente do que a
grande mídia e o Cristianismo fizeram e fazem até os dias de hoje.
Porém toda a obra de Aristóteles está
fortemente amparada no estudo das culturas dos povos e de suas
respectivas histórias. Tal comportamento, irá influenciar
profundamente a obra do Sociólogo Max Weber, um dos três grandes
clássicos da Sociologia, cerca de 23 séculos depois.
Para Aristóteles, o método Platônico da
Dialética é propenso a cair em relativismos, o que era inaceitável
para este. A proposta de que a busca pelo conhecimento deveria
acessar o “Mundo das Idéias” para retornar ao homem no “Mundo
das Sombras”, realizando um movimento de repetição contínua ou
de auto-alimentação, portanto Dialético, abria margem para
flexibilidades que na Ciência ou como método sem falhas para a
investigação Filosófica, estaria fadado a problemas. Aristóteles
rejeita a idéia de transcendência da alma proposta por Platão e de
uma duplicação da realidade do “mundo sensível” no “mundo
das idéias” considerando a desnecessária. Para ele, a única
realidade válida é a do mundo concreto feito por seres únicos.
Portanto, a dialética de Platão
seria reduzida a condição de exercício Filosófico mental,
de acordo com Aristóteles, ferramenta ou método não adequado para
se chegar a verdade. Baseando-se neste raciocínio sobre a Dialética
de Platão, é que Aristóteles desenvolve a Lógica ou Analítica,
proposta do mesmo de método para se chegar a conclusão ou verdade.
Numa coisa, quanto a questão do método,
os três clássicos da Filosofia Grega concordavam: Ciência só pode
existir do Universal e não do individual. Ou seja, a verdade
universal e científica é voltada para todos, é coletiva, não pode
variar de acordo com a opinião de um e de outro.