Giordano Bruno
– O Filme
Direção: Giuliano
Montaldo.
A história começa
com a passagem recente da eleição de Clemente VIII. Nosso ilustre
herói (o Filósofo), retorna a Veneza onde era já perseguido pelo
Tribunal da Santa Inquisição.
“Todas as coisas
na Terra tem vida. Toda a natureza e os corpos que habitam nela,
também”.
Nosso autor é feroz
crítico da Igreja e do Cristianismo e em alguns momentos (por suas
ácidas críticas) dá-se a entender que seja atéu. Defendia a tese
de que a Terra girava em torno do sol e que nosso planeta era como
muitos outros planetas: a clássica tese do heliocentrismo contrária
ao Geocentrismo.
Depois de discutir
com Giovane, um rico comerciante de Veneza e antigo “amigo” do
mesmo, o burguês o entrega ao Tribunal da Inquisição e, Bruno é
preso. Giovane ao ser indagado pelos membros do Clero, contou que o
filósofo não acreditava no Juízo Final, nem no inferno e que a
alma do homem é eterna passando de corpo em corpo.
A Igreja local
percebe que tem um abacaxi nas mãos e decide entregar a decisão de
Bruno ser levado ou não a Roma ao Senado da cidade. Dos 172
votantes, 142 concordam em transferir o Filósofo a Roma. Dez votam
contrariamente e outros 20 se abstém. Muitos temiam o envio de Bruno
a Roma, pois lá, em cinco anos, muitos teriam sido mortos a mando da
Igreja. Mesmo abjurando toda sua obra para se safar da condenação,
os membros do Clero local lavaram as mãos e entregaram ao Senado tal
responsabilidade.
“Uma nova visão
do Cosmo deve necessariamente corresponder a uma nova concepção do
homem”.
“Se existem
infinitos outros planetas, Deus não pode estar no alto, mas em todos
os lugares, em toda matéria”.
Ao chegar em Roma e
ser questionado pelo Tribunal, Bruno percebe a má vontade e, a
capacidade do Clero em querer liquidá-lo não dialogando com o
mesmo. É um julgamento de cartas marcadas. A Igreja o tortura sem
piedade, dias após dias afim de que ele se arrependa ou aceite os
pedidos da própria Igreja de ajudá-la. Ao perceber que não teria
argumentos convincentes para matar Bruno, a Igreja monta uma farsa,
reunindo declarações anônimas e caluniosas sobre o Filósofo com o
objetivo de incriminá-lo. Foram três os testemunhos e um deles teve
a promessa da Igreja de que se dissesse mentira a respeito de
Giordano, seria perdoado. O que não aconteceu. Este Padre ou Frade
foi condenado a morte.
Em 8 de fevereiro de
1600, foi lida a sentença contra Bruno. Após vários
interrogatórios, audiências, conversas, foi sentenciado a ter a
pena decidida pelo Governador. Novamente a Igreja lava suas mãos e
repassa ao Estado o poder que deveria ser de sua decisão. Bruno
então é queimado vivo. No momento de seu julgamento, repete a frase
várias vezes: “Vocês tem medo!” O que faz todo o sentido. A
Igreja o cala no trajeto à fogueira com um instrumento de tortura
que fura sua língua ao meio e o mantém calado. Assim é assassinado
o grande Filósofo Giordano Bruno.