sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Resenha do longa metragem sobre Giordano Bruno, de Giuliano Montaldo.


Giordano Bruno – O Filme
Direção: Giuliano Montaldo.

A história começa com a passagem recente da eleição de Clemente VIII. Nosso ilustre herói (o Filósofo), retorna a Veneza onde era já perseguido pelo Tribunal da Santa Inquisição.

“Todas as coisas na Terra tem vida. Toda a natureza e os corpos que habitam nela, também”.

Nosso autor é feroz crítico da Igreja e do Cristianismo e em alguns momentos (por suas ácidas críticas) dá-se a entender que seja atéu. Defendia a tese de que a Terra girava em torno do sol e que nosso planeta era como muitos outros planetas: a clássica tese do heliocentrismo contrária ao Geocentrismo.

Depois de discutir com Giovane, um rico comerciante de Veneza e antigo “amigo” do mesmo, o burguês o entrega ao Tribunal da Inquisição e, Bruno é preso. Giovane ao ser indagado pelos membros do Clero, contou que o filósofo não acreditava no Juízo Final, nem no inferno e que a alma do homem é eterna passando de corpo em corpo.

A Igreja local percebe que tem um abacaxi nas mãos e decide entregar a decisão de Bruno ser levado ou não a Roma ao Senado da cidade. Dos 172 votantes, 142 concordam em transferir o Filósofo a Roma. Dez votam contrariamente e outros 20 se abstém. Muitos temiam o envio de Bruno a Roma, pois lá, em cinco anos, muitos teriam sido mortos a mando da Igreja. Mesmo abjurando toda sua obra para se safar da condenação, os membros do Clero local lavaram as mãos e entregaram ao Senado tal responsabilidade.

“Uma nova visão do Cosmo deve necessariamente corresponder a uma nova concepção do homem”.

“Se existem infinitos outros planetas, Deus não pode estar no alto, mas em todos os lugares, em toda matéria”.

Ao chegar em Roma e ser questionado pelo Tribunal, Bruno percebe a má vontade e, a capacidade do Clero em querer liquidá-lo não dialogando com o mesmo. É um julgamento de cartas marcadas. A Igreja o tortura sem piedade, dias após dias afim de que ele se arrependa ou aceite os pedidos da própria Igreja de ajudá-la. Ao perceber que não teria argumentos convincentes para matar Bruno, a Igreja monta uma farsa, reunindo declarações anônimas e caluniosas sobre o Filósofo com o objetivo de incriminá-lo. Foram três os testemunhos e um deles teve a promessa da Igreja de que se dissesse mentira a respeito de Giordano, seria perdoado. O que não aconteceu. Este Padre ou Frade foi condenado a morte.

Em 8 de fevereiro de 1600, foi lida a sentença contra Bruno. Após vários interrogatórios, audiências, conversas, foi sentenciado a ter a pena decidida pelo Governador. Novamente a Igreja lava suas mãos e repassa ao Estado o poder que deveria ser de sua decisão. Bruno então é queimado vivo. No momento de seu julgamento, repete a frase várias vezes: “Vocês tem medo!” O que faz todo o sentido. A Igreja o cala no trajeto à fogueira com um instrumento de tortura que fura sua língua ao meio e o mantém calado. Assim é assassinado o grande Filósofo Giordano Bruno.