domingo, 19 de fevereiro de 2017

Pequenas considerações sobre Marx.

Karl Marx (1818-1883)[1]:

Marx interpretou uma evolução em que a mudança das sociedades humanas seriam contínuas em busca de melhores regimes econômicos e sociais. Marx interpretaria as fases ou etapas da seguinte forma:

Escravismo - Feudalismo - Capitalismo - Socialismo - Comunismo.
Ou seja, a evolução é constante também nas fases históricas de organizações dos modos de produção dos homens e de suas sociedades. Existe um eterno avançar da vida e da organização dos homens.

Alguns tópicos importantes da obra de Marx:

  • A questão econômica e histórica é quem determina a realidade dos homens.
  • As sociedades sempre viveram em conflito de classes sociais com interesses antagônicos: escravos versus senhores de escravos, camponeses versus senhores feudais, trabalhadores versus patrões, entre outros.
  • Marx fala em duas estruturas para as sociedades. Sendo a primeira fundamental para a existência da segunda e determinante também.
  • Infraestrutura: São os meios de produção que geram as riquezas de uma sociedade através do trabalho.
  • Superestrutura: São a cultura, as leis, a política, filosofia, as artes de uma determinada sociedade.
  • O Materialismo Histórico: É o método Marxista de se chegar a verdade e de se entender a realidade. Funcionam como Leis da História amparadas num determinismo econômico que entende que as questões de caráter econômico são fundamentais para se interpretar a realidade e existência dos homens.
  • Somente haveria avanço na vida dos homens se uma revolução feita pelos trabalhadores ultrapassasse a fase atual do capitalismo em direção a um regime melhor que para Marx, seria o Socialismo e posteriormente o Comunismo.

Marx acredita que a única forma de se romper o processo de alienação da consciência da classe trabalhadora é a situação extrema que faz perceber aos explorados suas contradições (a nítida destituição dos proletários sem a propriedade enquanto a elite transborda, esbanja riqueza) com a classe dominante.

O Sociólogo Ernest Mandel divide o método de Marx para a Sociologia em três grandes Leis:

1º Lei: Não é a consciência que determina a vida, mas a vida e a realidade das pessoas é que determinam a consciência de todos.

2º Lei: Boa parte das ideias das pessoas em todas as épocas e sociedades são as ideias da classe dominante em cada época e sociedade, respectivamente.

3º Lei: As ideias estão diretamente entrelaçadas ao modo de produção vigente em todas as sociedades e épocas. São as práticas que nascem do mundo do trabalho que determinam as ideias das pessoas em última instância.

O método sociológico de Marx vem da ideia de se contrapor o “idealismo” na Filosofia. Por isso é materialista. E Histórico por que se apoia na História para entender os problemas do homem no passado, no presente e os que podem vir a surgir.





[1] Professor Fernando Monteiro. Bacharel em Ciências Sociais com Licenciatura no mesmo curso pela PUC-SP. Possui especialização pela UGF-SP em Filosofia e mestrado também em Filosofia pela PUC-SP.

Conceitos básicos (e resumidos) da Sociologia e de outras Ciências Humanas também.

Conceitos básicos da Sociologia[1]:

Alienação: Estado psico-social em que a maior parte das populações mundiais se encontra. Podem estar relacionados a falta de espaço para tomada de decisão por parte dos trabalhadores em seus locais de trabalho; pode ser relacionada a desatenção da população, como se estivesse num estado de “embriaguez social” em que se encontra as pessoas; alienação também pode estar relacionado as ações consumistas das pessoas sem se perguntarem ao menos se precisarão ou não dos produtos que estão comprando; a alienação também é ausência de senso crítico das populações em relação ao imperialismo cultural que recaí sobre todos através da indústria cultural de massas, etc.
                                
Assembleia: Reunião de várias pessoas em local público ou não para tratar de assuntos dos quais interessa a todos os convidados, afim de deliberar sobre assunto do interesse de todos.

Auto-gestão: Sistema de organização das atividades sociais, desenvolvido mediante a cooperação de várias pessoas onde as decisões são tomadas diretamente por todos aqueles que participam.

Autoridade: Vem da palavra Auctoritas do latim. É uma expressão criada pelos Romanos para designar o poder de um ou mais indivíduos relacionado a força do Estado. Hoje o conceito é amplamente utilizado para designar a representação de poder em todo e qualquer local de convívio humano, ex: Escolas, Igrejas, Universidades, fábricas, trânsito, etc...

Burguesia: Historicamente a palavra está associada aos moradores dos Burgos, que eram as cidades na Idade Media. Porém, com o passar do tempo, tornou-se o significado da classe social que detêm o controle dos meios de produção (fábricas, serviços, campo, matéria prima) explorando o trabalho de outros indivíduos para enriquecer.

Burocracia: Progressiva rigidez e dificuldade do aparelho de Estado em atender os anseios e necessidades mínimas da população, muitas vezes dificultado o acesso das mesmas a tais serviços. O termo também pode ser usado para designar a excessiva quantidade de empecilhos utilizados dentro da estrutura de um Partido Político ou outra Instituição de poder como a Polícia, Exército, Igreja, Escola, Universidade para se alterar regras, leis, estatutos, decretos e outros.

Capital: É o termo utilizado para designar a concentração de riquezas, seja financeira ou material. Também é utilizado para representar o lado dos mais fortes ou o lado dos capitalistas na sociedade. Pois são os capitalistas a classe dominante dentro deste sistema do qual vivemos.

Ideologia: É um instrumento da classe dominante para manter alienado os trabalhadores e desenvolver nos mesmos comportamentos e pensamentos típicos daqueles que dominam a sociedade. Porém a Ideologia também pode ser contrária ao pensamento dominante e se tornar revolucionária, quando se pretende combater tais ensinamentos. A dominação econômica, política e cultural no século XX em diante, não ocorreria tão facilmente sem que as ferramentas que propagam a Ideologia estivessem tão sofisticadas e presentes em todo o cotidiano das pessoas, seja na obra de arte, na mídia, na escola e em todas as Instituições de nossa sociedade, sempre com o intuito de manter o controle social.

Mais Valia: Conceito econômico dado a diferença do valor da produção realizada pelo empregado e o valor do salário que foi pago ao mesmo. Existem duas formas de mais valia: a absoluta e a relativa.
Mais Valia Absoluta: Aumentar a jornada de trabalho, mantendo o mesmo salário.
Mais Valia Relativa: Ampliar a produção via novas técnicas de trabalho ou através da mecanização, robótica, etc.

Para o anarquista Proudhon, a propriedade é gerada através da exploração e da mais valia, portanto é fruto do roubo.

Modo de Produção: É a forma como uma determinada sociedade se apropria das riquezas geradas pela sua própria produção. Exemplo:

ü  Modo de produção Capitalista: é o capitalista (patrão) que se apropria da riqueza criada pelo operário (ou proletário), devolvendo ao mesmo apenas uma pequena quantia em dinheiro referente a mercadoria produzida.
ü  Modo de produção Feudal: é o senhor feudal quem fica com a produção (geralmente agrícola). Em troca, o camponês recebe somente o suficiente para comer e plantar para safra seguinte. Nunca consegue o excedente. O que o mantém refém do proprietário da terra que é o Senhor Feudal.
ü  Modo de produção Escravagista: é o senhor dos escravos que fica com toda a riqueza gerada sem dar nada aos escravos. Apenas a refeição básica para mantê-lo vivo e suportar o trabalho pesado nas lavouras ou minas.
ü  Modo de produção Comunista: é a comunidade quem deve decidir quanto cada um dos produtores (que são os trabalhadores) ficam com aquilo que produziram. Geralmente o excedente da produção é trocado ou comercializado com outros trabalhadores.

Meios de Produção: São os meios pelos quais a sociedade irá gerar a riqueza que necessita. Por exemplo, as fábricas, oficinas, os serviços, o campo e toda a matéria prima necessária para a produção da riqueza.

Estado: Estado é a Instituição que teoricamente cuida ou zela pela ordem e que evita a “guerra de todos contra todos”. O Estado é comandado pelos governos que são temporários. Existem várias definições do que vem a ser o Estado e outras muitas sobre suas responsabilidades e deveres. Resumidamente citaremos algumas:
Marx: O Estado é o comitê executivo da classe dominante. Para Marx, o Estado tem por função manter a riqueza concentrada nas mãos de uma única classe social: a burguesia.
Weber: O Estado é a única Instituição em nossa sociedade que possui o “monopólio do uso da força”. Weber está se embasando na noção de um Estado que deve manter a ordem e evitar o caos.
Durkheim: O Estado é o redentor do indivíduo e assegurador de sua liberdade. Deve ser um orgão da moralidade e da reflexão pública. O Estado deve ser exemplar. Deve também manter a ordem e o progresso e evitar a desordem.

O Estado também pode ser definido como Instituição político, militar e ideológica que tem por objetivo manter os privilégios de uma classe social (burguesia) sobre a outra classe social (proletariado), obrigando os povos a manterem-se calados diante da força, impedindo toda e qualquer manifestação em contrariedade aos poderes estabelecidos.

Luta de Classes: Processo que ocorre no interior das sociedades humanas desde as primeiras organizações sociais. Está baseado no conflito de uma classe economicamente inferior (ou subalterna) a outra classe economicamente mais forte, pois é detentora da riqueza ou dos meios que criam a riqueza (fábricas, campo, comércio, etc). É o processo da luta de classes que move a humanidade desde o princípio a avançar e melhorar suas relações sociais. Por exemplo: escravos versus senhor de escravos, camponês versus o senhor feudal, patrão versus operário, entre outros.

Gênero: Gênero refere-se às diferenças entre homens e mulheres. Ainda que gênero seja usado como sinônimo de sexo, nas ciências sociais refere-se às diferenças sociais. Historicamente, o feminismo posicionou os papéis de gênero como construídos socialmente, independente de qualquer base biológica.

Trabalho: Nasce da palavra tripalium (do Latim), que quer dizer “três paus”. Era um instrumento de trabalho de camponeses que posteriormente foi utilizado como ferramenta de tortura. Trabalho pode ser dividido em material e não material. Trabalho Produtivo e Não Produtivo. Trabalho também é a força dispensada sobre uma determinada matéria prima afim de transformá-la em objeto de utilidade social. É o trabalho quem cria a riqueza de toda e qualquer sociedade em todo e qualquer tempo.

Sindicalismo: É o movimento social de associação de trabalhadores assalariados para a proteção dos seus interesses. Ao mesmo tempo, é também uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da sociedade. Alguns Sindicalistas pensam no Sindicato como célula para a futura sociedade.

Classe Social: Uma classe social é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critério econômico. Segundo algumas escolas da Sociologia, a história da humanidade é a sucessão das lutas de classes.

Revolução: É uma ruptura do sistema político, econômico, jurídico, social e cultural vigente, com a sub-seqüente formação de um novo sistema. Revoluções geralmente são feitas quando os caminhos pelos quais uma sociedade pode se desenvolver estão bloqueados ou já não possuem mais legitimidade perante o povo para serem utilizados.

Política: Derivada da palavra polis, do grego (politikós) que significa tudo aquilo que está ligado a urgência das cidades, sendo o público, privado e o social. O termo se populariza com a obra “Política” de Aristóteles. Quando trata-se da Ciência, é aquela que cuida das questões relativas ao comando do Estado e de suas relações internas ou com a sociedade ou do contrário também, quando a sociedade se organiza contra o mesmo. É a Ciência do Governo dos povos.

Proletariado: O nome vem de prole, ou seja, aquele que tem vários filhos. Na Sociologia o termo é utilizado para definir a classe social daqueles indivíduos que tem que vender sua força de trabalho para a burguesia para sobreviver. São os trabalhadores. Cidadão pobre. Pertencente a última classe do povo entre os Romanos.





[1] Texto do Professor Fernando Monteiro. Formado em Ciências Sociais, com bacharelado e licenciatura pela PUC-SP (2007). Além de especialização em Filosofia pela UGF (2012) e Mestrado também em Filosofia pela PUC-SP (2014).

Estado e Poder em Max Weber.

Estado e Poder em Max Weber (1864-1920):[1]


Quais são os três tipos puros de dominação?
Max Weber foi um dos três grandes Sociólogos da história desta Ciência, juntamente com Durkheim e Marx. Acreditava o autor que existiam três tipos de dominação que raramente apareciam sozinhos e geralmente uns ligados aos outros. São eles:
1 - Tipo de Dominação Tradicional: É a autoridade do “passado eterno”, santificados pela falta de memória das pessoas, está no poder pelo hábito, pela tradição, é o velho senhor feudal que se enraizou no comando do feudo a tempos. O velho coronel das regiões secas e semi-áridas do sertão pode ser outro representante deste velho mandatário.
2 - Tipo de Dominação Carismático: Ele se apoia em seus dons da conversação e do discurso. Pode ser o velho político populista que ganha o amor, respeito e obediência das massas mediante seu heroísmo, seus ganhos, caso fosse um guerreiro ou militar vitorioso em suas campanhas. Geralmente pode ser um chefe de partido ou de algum movimento social ou popular numa determinada sociedade.
3 - Tipo de Dominação Legal: Existe outra categoria de autoridade que se empossa baseado num Estatuto, Leis, conjunto de regras previamente definidas ou uma Constituição. É o que Weber chama de dominação racional/legal. Geralmente vence ou é escolhido por sua competência. Um típico exemplo deste tipo de autoridade é o Juiz de Direito que só inicia a carreira da Magistratura por sua sabedoria das Leis e outros quesitos, além de sua competência por ter sido aprovado numa prova.
Conceito de Estado:
O conceito de Estado para Weber está amparado na seguinte sentença: “...devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território (...) reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física.[2] Para Weber, assim como para Trotsky, o Estado se fundamenta no uso da força e da violência física. Não existe Estado sem estas qualidades. Acredita-se que Weber, ao pensar num Estado que necessite de tais características, recorra a Thomas Hobbes, Filósofo inglês, autor da obra “Leviatã” de 1651. Neste livro, os súditos abrem mão de seus direitos para uso exclusivo da força física centralizada nas mãos do Estado afim de preservar a vida e evitar a guerra de todos contra todos. Não que Weber irá concordar que as pessoas hoje em dia abrissem mão de seus direitos, mas assim como Hobbes, que elas devem abrir mão do uso da violência para que somente o Estado tenha a posse de tal ferramenta.
Weber também irá analisar as condutas dos políticos do passado e de seu presente, argumentando em diversos exemplos o quanto o Estado foi vítima de espoliação e corrupção durante toda a história da Humanidade. Ficará claro que a única forma de se amenizar o mal que se chama corrupção e ausência de espírito republicano entre os políticos que “vivem da política” e não os que “vivem para a política”, são aperfeiçoar e aprofundar mecanismos que fortaleçam hábitos e “ethos” em prol da constitucionalidade e respeito às regras do jogo democrático. Weber argumenta que a Política deve ser realizada por aqueles que “vivem para a política” e que usam a razão (e não as paixões) para a construção de um novo mundo. São dois os tipos de ética para Weber:
Ética da convicção: é o ato de tentar fazer o bem baseado nas suas opiniões e experiências pessoais. Está ligada às paixões do ser humano. Pode estar errada em diversas situações.
Ética da responsabilidade: é o ato de tentar fazer o bem baseado na razão e na ciência, independente do que as pessoas pensam ser o certo ou o errado. Pois muitas vezes, as pessoas agem e pensam influenciadas pelas emoções e não pela razão.
Conclusão:
Podemos pensar em Weber e nos seus conceitos puros de dominação para encaixarmos alguns líderes políticos atuais em seus esquemas? Para alguns Sociólogos e Cientistas Políticos, sim. O ex-Presidente Lula foi tido por um Cientista Político brasileiro em seu primeiro mandato como uma figura do “Tipo de dominação Carismática”. Acreditava tal Cientista que as massas tinham respeito e carinho pelo presidente pela forma fácil e atraente com que se dirigia ao povo falando geralmente de forma simples e bem humorada, o que acabou cativando o público. Para outros, o ex-Presidente Chaves da Venezuela seria o “Tipo de dominação Tradicional” pois sempre utiliza seu passado de militar revolucionário e mais recentemente ao resistir e sobreviver ao golpe que sofreu quando tentaram retirá-lo do poder.
Os diversos casos de corrupção como o mensalão petista e tucano, os mensalinhos, os petrolões, os esquemas de corrupção do Banestado, da merenda, do metrô, do trem em São Paulo e muitos outros, podem ser analisados sob a “ética da convicção” e a “ética da responsabilidade” de Weber. A primeira pela crença em fazer o bem na política, porém usando de caminhos duvidosos para se manter no poder e “fazer o bem”. E a segunda pelo respeito ao que é do público e não do privado, mas que não foi respeitada e atingiu quase todos os partidos.




[1] Texto do Professor Fernando Monteiro. Formado em Ciências Sociais, com bacharelado e licenciatura pela PUC-SP (2007). Além de especialização em Filosofia pela UGF (2012) e Mestrado também em Filosofia pela PUC-SP (2014).
[2] Weber, Max. Ciência e Política: duas vocações. Editora Cultrix. São Paulo-SP. Pg.56.
Aula sobre as cotas e o racismo – de forma direta, resumida e bem didática:

1-As cotas são um conjunto de políticas que reservam vagas para minorias que sofrem com o racismo, preconceito e outras formas de violência. Elas tem o objetivo de ajudar estes grupos a superarem estes problemas.

2-As cotas no Brasil ajudam a negros, índios, deficientes físicos e outros.

3-As cotas diminuem as desigualdades sociais e econômicas.

4-As cotas possibilitaram que o jovem Obama nos EUA entrasse na faculdade e chegasse a ser presidente de seu país.

5-Existem vários tipos de cotas: raciais, por gênero, por religiosidade, política, entre outras. Em cada país do mundo, as cotas podem variar, sempre dependendo das minorias que sofrem e precisam de ajuda. Por exemplo, uma minoria que precisa de ajuda na Índia são as mulheres. Na Argentina, Chile e Bolívia são os índios. No Brasil, os negros.

Argumentos em defesa das cotas:

1-Mais de 300 anos de escravidão de negros e indígenas deixaram marcas profundas na sociedade brasileira: o aparecimento das primeiras favelas, da exclusão dos moradores das periferias, a ausência de políticas públicas para estes grupos da sociedade.

2-Abolição da escravidão não foi acompanhada de ajuda aos negros. Pelo contrário. Ex: Lei da vadiagem e tantas outras leis foram manifestos de um Estado racista. Esses erros precisam de reparação.

3-Racismo é comprovado no Brasil pelas estatísticas: índice de mortalidade infantil e juvenil é maior entre os negros, analfabetismo é maior, escolaridade é menor, salários são menores, expectativa de vida é menor, população carcerária é maior, etc.

4-As cotas não são contra a Constituição.

5-Educação ajuda na diminuição da desigualdade e da violência.

6-Cotas não diminuíram a qualidade nas Universidades, pelo contrário.

7-Cotas não aumentaram os conflitos raciais. Pelo contrário. Ex: EUA e o Brasil.

Exercícios:

1-O que são as cotas?

2-Você já sofreu algum tipo de preconceito? Explique.

3-Qual a relação entre a escravidão e as cotas?

4-Existe racismo no Brasil? Explique.

5-O que é o racismo?

Émile Durkheim (1858-1917):


1. Nascido na França, foi o criador do primeiro curso de Sociologia na Universidade.

2. Desenvolveu a Sociologia como Ciência.

3. Criou método, técnicas, regras para desenvolver o trabalho do Sociólogo.

4. As técnicas mais comuns usadas pelos Sociólogos são: o uso da estatística, demografia, trabalho de campo (indutivo), trabalho teórico (dedutivo), uso de questionários, distanciamento do objeto a ser estudado, frieza e objetividade na análise, obrigatoriedade de conclusão, imparcialidade, uso de gráficos, tabelas, uso da matemática e de outras Ciências e técnicas.

5. Seu método se chama “positivismo organicista”.

6. Se chama “organicista” pois compara as instituições da sociedade com os órgãos do corpo humano: cada órgão (ou instituição), tem sua função para que o todo funcione corretamente. Exemplo: os braços seriam as forças do Estado (polícia, exército, marinha, etc) porque possui a força; o cérebro seria a Ciência porque é o órgão que pensa, e assim por diante.

7. Durkheim acreditava que quando a sociedade estava mal, era sintoma de falta de bom funcionamento de suas instituições ou de seus “órgãos”. Esse processo acontecia por causa de uma decadência moral e ética das pessoas, provocada pelo excesso de egoísmo e a competição, típicos das sociedades modernas. A corrupção é um exemplo claro dessa decadência. Ele chamava este processo de “anomia”.

8. “Anomia” ocorre quando as pessoas deixam de se importar com a sociedade e pensam somente em si mesmas. Na “anomia”, as pessoas deixam de agir, cumprir regras e ordens por causa de suas importâncias. Elas o fazem por obrigatoriedade e não pela consciência. As pessoas seguem a lei com medo ou por serem obrigadas, mas não por que é importante. A “anomia” é a perda de caráter e de consciência pública. Ela funciona como um câncer. Para Durkheim, era o grande mal das sociedades modernas.

Fato Social:

O “fato social” é uma ferramenta da Sociologia, ou, um conceito que tenta explicar o que pode ou não pode ser estudado pela Sociologia. É o fato social quem determina o objeto de estudo da Sociologia. Para que um fenômeno na sociedade seja considerado um fato social, ele precisa seguir três regras:

a) Ser coercitivo (ou opressivo) ao indivíduo.

b) Ser externo ao indivíduo. Ou seja, não faz parte de sua psiquê.

c) É geral: ocorre com toda a sociedade ou com parte dela.

Um casamento, uma greve, uma religião, passar no vestibular, ter perfil nas redes sociais, o mundo do trabalho, são exemplos de “fatos sociais”, pois obrigam o indivíduo a fazê-lo, independem da concordância ou existência do sujeito e está por toda a sociedade.

Esse conjunto de pressões sociais sobre as pessoas, constituem as regras básicas para que a sociedade funcione. Elas oprimem o sujeito, mas fazem com que a sociedade possa continuar existindo. É um trabalho coletivo de ajuda de todos para que a vida seja melhor para todo mundo.

Exercícios:

1. Quem foi Durkheim? O que ele fez pela Sociologia?
2. O que é o “organicismo”?
3. O que é a “anomia”?
4. O que é o “fato social”?
5. Quais as regras para que um objeto da sociedade seja um “fato social”?
6. Dê dois exemplos de um “fato social” e explique-os.
7. Uma planta ou uma espécie rara de animal em extinção, podem ser considerados um “fato social”? Explique.
8. Cite três regras ou técnicas que os Sociólogos utilizam em seus trabalhos.
9. Dê um exemplo do que é a anomia para Durkheim e explique.